Confraternização

(Na geladeira)

quarta-feira, maio 31, 2006

Idealismo e Infantilidade*

Sempre achei, sem saber muito bem por que, que havia uma certa infantilidade no Idealismo. O idealista, por crer num valor ideal e absoluto, capaz de guiar e dar sentido a sua vida, vale-se da figura do herói para sintetizar essa necessidade. E eis aqui uma primeira aproximação do universo tipicamente infantil, onde a criança se espelha em ídolos, verdadeiros exemplos a serem não só seguidos como cultuados e adorados.
O idealista, ou em outros termos, o romântico, cumpre em boa parte essa necessidade referencial ou torna-se, como é bem comum, ele mesmo um herói, capaz de guiar seus fiéis seguidores diretamente ao Ideal que tem-se por valor absoluto.
Não obstante, ocorreu-me que essa aproximação entre o infantil e o Idealismo pode encontrar semelhanças com aquela fase no desenvolvimento da criança em que ela ainda não é capaz de distinguir a sua identidade do mundo exterior e tudo passa a ser uma extensão de si. Bem sabe-se, que é quando a criança faz essa distinção entre o "eu" e o "não-eu", ou exterioridade, que ela assume a posição de sujeito no mundo. Ora, não é característica essencial do sujeito reflexivo - absoluto, nos termos de Hegel - essa total fusão entre sujeito e mundo? Em que a exterioridade faz parte do "eu" ou está até mesma sujeita a ele, moldando-se de acordo com sua emoção, sua interioridade? Portanto, não é de todo absurdo reconhecer que, tanto no idealismo como na infância, sujeito e mundo, "eu" e "não-eu", real e ideal, formam um todo, se não único, intensamente interligados e dependentes, residindo nesse ponto em comum a possibilidade de aproximação dessas duas condutas psicológicas e valorativas.
Admitindo-se esta hipótese, não há necessariamente um desmerecimento da conduta romântica e idealista, mas há sim um questionamento sobre até que ponto ela deve ser tomada como basilar na vida adulta, onde é exigido um outro grau de complexidade na interação relacional/social, o que implicaria em estruturas desnecessariamente delicadas nos relacionamentos e na afetividade em geral.

Bruno*

segunda-feira, maio 29, 2006

Perdoa, Mundo*

Gostaria de vir a público pedir desculpas ao Mundo. Fui injusto com ele acusando-no de ser injusto, cruel, desconcertado, etc. Pobre Mundo que nada faz além de girar, ingenuamente, naturalmente, em perfeito equilíbrio.
Enganei-me, como se engana um típico sujeito reflexivo, ao fazer do mundo uma extensão e identidade de si mesmo. Tenho estudado e aprendido que não há maldade nem sofrimento na natureza, pois ela apenas existe, livre da memória, livre do querer e de todas as causas do sofrimento humano, pois ele, o Mundo, não é homem, é Mundo, e meu erro, natural até, foi projetar-lhe uma humanidade que não lhe pertence.
Pode ser claro e óbvio para alguns, mas só agora começo a entender, e sentir, que a dor não está no Mundo, mas na Humanidade, que não é natural, e quer, e lembra, e sofre...

Bruno*

Bons Sonhos*

É madrugada. Vejo-me, inutilmente, a pensar como será o sono de um assassino. Como será deitar a cabeça no travesseiro sabendo que se é responsável por destruir a vida de alguém?
Imagino que seja uma noite tranquíla, com sonhos bonitos. Não duvido que haja um deus só para aqueles que não sentem remorso.
Pensar isso é morrer duas vezes.

Bruno*

alerGia - Revisitada

Tudo é G
Ou GG
Todos querem G
Sexo somente G
Se não houver um G em você, faça um curso
Nasça de novo
Pedem G à Deus
Torne-se um G de qualquer maneira
Ou vão achar que você é P para este mundo
Ou...
Quem sabe? Alguém perceba que você não tem que ser letra alguma
E desista do G
E passe a gostar mais de você

...

Em terra de G, quem não tem é Rei.


Fred - 25052006
Coleção Delirium

Verbo*

Você me deixou,
Louco por explicação
Mas não viu que falta razão
No mistério natural
Que deus me deu

Você me deixou
A errar no mundo
E foi pagar por meus pecados
Eu sem saber, sofria
Ao te ver chorar e partir

Você me deixou
Por não estar contente em ter
A minha alegria fugaz
E agora vai viver
Nessa eterna elegia

Você me deixou
Hoje sou a liberdade
Que não existia
No seu amor eterno
Ele não passou de um verbo

Bruno* - B&B

sexta-feira, maio 26, 2006

Das Coisas Além das Coisas*

Mais um pouco do mesmo: as pessoas tendem a fantasiar, amando, sonhando etc... Isso é, basicamente, criar um mundo, uma realidade, encima do mundo, sobre a realidade. Esse mundo fictício, muita vez tomado por real, é o que podemos entender por “sentido”, aquele que colocamos nas coisas, originalmente sem sentido algum.
Mas me pergunto, se não é exatamente esse o erro que cometemos? Como é sabido, a existência implica em dor, e o que entendemos por felicidade é na verdade um estado onde há o menor grau de sofrimento possível – isso se o leitor concordar, ou ao menos conhecer, linhas de pensamento como as budistas e schopenhauerianas, entre outras. Pois então, criar e viver esses tipos de ilusão não é afastarmo-nos de qualquer solução possível para essa condição? Concordo com a necessidade da faculdade de fantasiar, mas me incomoda a necessidade de enganar a si próprio, de crer na representação como verdade, de ver coisas além das coisas.
Será este o único, ou melhor, jeito de viver a vida, de relacionar-se: iludindo-se? Hão de haver outras alternativas, mais complexas, menos acessíveis, carismáticas, bonitinhas, românticas, heróicas etc., é verdade. Algo próximo do bom vazio e/ou da iluminação. Muitos autores, entre eles os citados acima, tentam nos mostrar, mas temos alguma resistência em aprender, em praticar filosofias desse tipo. Outro sábio pouco do mesmo: “nada se ensina, tudo se aprende”. Quero aprender, quero ver as coisas como elas são, o mais próximo de como elas são primeiramente, que é a intuição; quero a capacidade de contemplar as coisas, perceber as coisas. Ver e viver naturalmente para sofrer menos, eis o que quero; eis o que não entendo ser tão difícil de se ser e compreender.

Bruno*

Os botões

Há um causo que preciso contar!
Vender coisas, não é fácil. Principalmente daquelas que possuem uma grande variedade, como as linhas que já falei.
Não sei qual é o real problema, se é comigo e se é com as pessoas...
Os clientes vêm aqui e me perguntam "Tem tal coisa?". Eu, conhecedor das coisas que tenho na loja que eu mesmo trabalho, respondo com uma certa convicção que não tenho aquela mesma coisa. Alguns aceitam, como faria uma pessoa normal, e agradecem enquanto se despedem desse recinto. Porém há outras que, não sei porque motivo ou razão, parecem não entender essa simples lógica de não ter e insistem para que, quem sabe, eu mesmo acabe me lembrando de que talvez tenha sim. Elas vêm com "Mas, não tem nem de tal cor?" ou "Não tem então, né?". Até aqui, quando as coisas ficam somente no falar, existe uma desculpa, as palavras realmente não provam nada. Mas, hoje aconteceu a transposição desse limite.
Veio uma senhora, que já conheço muito bem, perguntar-me sobre botões. Ela precisava de um botão rosa e pequeno. Eu peguei todos os botões e apresentei-os à ela. Ela disse:
- Não tem outros botões, né?
Eu respondi:
- Eu tenho somente esses!
Ela olhou-os, todos, e replicou:
- Mas, eu precisava de um botão rosa que nem esse - apontou um deles - só que menor. Parece que não tem, né?
Eu tive que repetir, sem nenhuma palavra a mais ou a menos, a mesma resposta.
Não sei se é piração minha, mas, aquela mulher, parecia estar querendo enganar os próprios sentidos, a própria experiência que ela vivia naquele momento.Ou, mais incrível ainda, parecia que ela queria criar os botões! Realmente, isso foi muito difícil para eu entender!!!
Então, me deu vontade de mentir na caruda:
- Tenho sim, moça, tenho sim...

rodrigo bobi

Estudos pré-vestibulares

"não sabe, não sabe
vai ter que apren...apren...apren...apren...apren"

Abri a apostila
para estudar polinômio
acabei no sobrenômio
até no apelídio

Não, não era emtemdido
foi porque ddeeppooiiss
eu prececí

A língua é o vazio
A língua é o vazio
A língua é o vazio

rodrigo bobi

quinta-feira, maio 25, 2006

Tecidos e linhas

Vendo linhas, e linha é um produto difícil de vender, pela variedade de cores. E é difícil ter as cores pedidas.
Sempre procuramos dar a mais parecida. Quase nunca conseguimos uma igual. Existe um ritual. Pega-se o tecido, quando a pessoa se dá o trabalho de trazer uma amostra de tecido, para facilitar, e pega-se a ponta do retrós de linha, ou seja, um pedaço de linha e se coloca sobre o tecido. Faz-se, assim, a comparação.
Me aconteceu hoje! Fiz isso, mas a pessoa que estava comprando a linha, não percebeu, não viu que eu estava comparando a linha e o tecido. Cheguei a conclusão de que a linha era, então, perfeita para o tecido, pois a pessoa não distinguia linha de tecido. A linha com aquele tecido era perfeita para aquele comprador.
Claro, talvez ele não enxergasse bem, pois eu conseguia distinguir os dois. Mas, se ele não percebeu, era igual para ele.
Talvez a roupa não fosse para ele, mas, também, é impossível agradar à todos. E, ele saiu daqui satisfeito, talvez torcendo para que a mulher, assim como ele, não enxergue muito bem...

rodrigo bobi

Ontologia

Músicas!
Elas foram, eram, estão sendo, mas não são!
Vida!
Ela foi, era, está sendo, mas não é!

rodrigo bobi

Gozar, apenas gozar...

Oh!
Ah!
Hm!
Oh!
Fiquei
sabendo que a
moda agora é ser vaca.
Caralho, que porra é essa?
Estão roubando nosso lugar.
Essas menininhas que não
sabem de nada, tolas e
idiotas, fazem com que
eles tenham de graça
o que é o nosso ganha
pão. Nós tivemos que
nos modernizar, MSN
Orkut, Windows, Word
Office, Internet, Webcam
Aprendemos a fazer de um
pouco tudo. Boquete já é
prática comum, anal também.
Mas, tivemos que aprender
a engolir, a fazer com dois,
a receber tapas e arranhões.
As vezes temos o prazer, é
normal, mas também temos
medo. DSTs, estão aí, sempre
a bater na nossa porta, dia e
noite. A morte e a decadência
em vida. Eu posso até ter luxo, mas não tenho aquele que me ame.
O amor é coisa que realmente eu não mais conheço nessa vida, larguei.
Minha família pode estar bem, achando que trabalho como secretária.
Mas, e eu? Como eu fico? Me acostumei, sou vaca mesmo, gosto até disso
mas, descobri que essas vaquinhas de vida comum, não são tão vaquinhas.
São como cachorro que late, late, late, mas nunca morde. Não sabem o que
a vida é de verdade. Nunca vão saber.O que as palavras dizem, nada no mundo
é. Sei disso, aprendi quando precisei me modernizar. Agora sou mais inteligente.
Culta, até! E as vaquinhas, que pastem para sempre da grama comum do meu jardim.
E, dedico a poesia para minhas amigas guerreiras, as que realmente usam as espadas.
rodrigo bobi

quarta-feira, maio 24, 2006

CuruPira - Donde eu venho

Minha casa é colombiana e brasileira
Derrubam minhas copas verdinhas para venderem por muitas outras
Aqui e do outro lado da fronteira

Os cocaleiros respeitam minhas pegadas
Sem questionar de onde venho
Se eu usar tênis chegam até minha casa...
Mantenho boca fechada por segurança e nisso me empenho.

Pensei em vender ou cheirar
Seria o clubber mais louco
Mas seria só mais um "loco"

Volto da facul de Moda de canoa de igarapé
Devido a cabeleira vermelha e os pés tortos
Apelidaram-me Curupira e Ruivo Louco
Mas, também, porque gosto de andar a pé.

...

Sou o único no mundo apelidado com o próprio nome.
Que ñ troca o metrô pelo igarapé.


Fred - 24052006
Série Supramulti

Beijos à Lua*

Eu já mandei beijos à lua. Obviamente, ela não mandou-me outro de volta, como faria a um enamorado. Não esperava que ela o fizesse. Mas mesmo assim ela me trouxe paz, ou melhor, foi um objeto no qual foi refletido algum sentimento que existia em mim.
Pobre lua, torço para não ter feito dela algo que ela não é. Ela é redonda e brilha, distante. Como sabiamente observou um mestre campesino, a beleza é um nome que damos às coisas que agradam nossos sentidos e eu, num tolo impulso humano, tomei-la como algo belo e meu.
Não pretendo deixar de mandar beijos à lua quando achar que há algo irradiando de sua existência; o que quero é apenas saber que ela é lua e não manda beijos, e eu sou quem sou e sinto o que sinto.

Bruno*

terça-feira, maio 23, 2006

Para distrair

Minha crença, minha vivência, diz que há diversas formas de aproveitar a vida. O que eu estou dizendo parece clichê ou sem muito sentido prático, até concordo.
Mas, é porque cada um é que escolhe se quer ou não tentar enxergar isso e onde/como/quando/porque/para que quer ver isso. E, no fim das contas, o que dá na mesma, só que ao contrário, escolher o que quer para a vida. Enfim, dizendo, dizendo para, no fim, não dizer muita coisa, apenas para tentar fazer pensar, não esse pensar de aprender, mas esse pensar de distrair, pois parece que os anos estão levando nossa faculdade de aprender, aprender as coisas verdadeiras, que significaria aprender nada mesmo. Um fato, as vezes consolador, as vezes desolador, todas as vezes ininteligível.
São esses os fatos que sempre me pergunto, mas que nunca me respondo. Apenas copio respostas como essa.

rodrigo bobi

segunda-feira, maio 22, 2006

Pensamentos Segundos*

Ah, que triste seria
Se nessa vida
A gente não pudesse
Morrer um pouquinho!
A gente passa no céu
Vê como é que é
E volta rapidinho
É difícil não querer
Por lá ficar
Mas a gente espera
E não vê a hora
De lá voltar

Mas enquanto isso a gente inventa
Faz um sambinha pra ver se aguenta
E celebra, de coração
O desejo de boa intenção

Bruno*

Do Motor do Mundo*

Um dia me disseram que o amor move o mundo... E lá vou eu complicar as coisas de novo! Mas vejam, não é por mal, apenas reparem na situação em que está o mundo, e convenhamos, ele não anda lá essas coisas, não é mesmo? O que não falta nele é miséria e toda sorte de sofrimento.
Atentem que dessa vez não estou problematizando o amor de maneira geral, mas simplesmente como motor das coisas e, principalmente, das pessoas, que fazem do mundo o que ele é.
E é por isso que eu a partir de agora me junto aos especialistas que buscam formas alternativas e sustentáveis de energia! Quem sabe assim ele não gira direito?

Bruno*

sexta-feira, maio 19, 2006

alerGia

alerGia

amanheço quente e me preparo para tornar-me um sampa frio
faço meu papel de glóbulo pelas veias de asfalto
enquanto respiro o ar cinzento alojado no meu peito
falso tranqüilo, não relaxado, mais uma vez me repito
e fico atento aos anticorpos de bandido fardados
cheios de espinhos de calibre 12,
prontos para revidar
se eu não desviar meu olhar
para o crepúsculo que anuncia-se no meu radar

chego em casa coçando-me do dia
rogo pelo silêncio da noite
que varrerá de cima de meus sentidos
todo o entulho perceptivo

...

espero não ficar alérgico à h.urbanidade
ou espirrar, espirrar, espirrar
minha agressividade à calmaria que espreita nossas v.idas


Fred - 18052006
Coleção Delirium

Quem Matou Meus Cachorrinhos*

Quem matou meus cachorrinhos
Foi uma dona
Que se fingiu de amiga,
Deu-lhes carinho e comida
E depois sumiu
Abandonou os coitadinhos

E eu sofria só de ver
Meus fiéis amigos
A esperar com olho grande
E padecer feito gente
Que não tem do lado
A razão de ser

A dona não voltou
Esqueceu do coração
E eu fiquei sem meus bichinhos
Por isso peço ao cidadão
Se vir a desumana dona
Que chame a carrocinha

Bruno* (insatisfeito)

segunda-feira, maio 15, 2006

Garoa ou Praia!

Garoa, que não me diz nada!
Praia, que não me diz nada!

Como poderia descobrir em qual das duas molhar-me?
Qual das águas seria mais purificadora?

Onde estaria a terra de cada uma?
A terra da Garoa!
A terra da Praia!

Quem me responderia em qual das duas molhar-me?
Quem teria esse dom?

Quem dom seria esse de dizer algo?
Entenderia se me fosse dito?

Garoa, que não me diz nada!
Praia, que não me diz nada!
Molhariam-me ou deixariam-me seco?

As sujeiras me cobririam?
Ficaria doente e velho mais rápido?

Quem me responderia?
Garoa ou Praia?

rodrigo bobi

sexta-feira, maio 12, 2006

Oceano Particular*

Preciso do mar
É como se ao estar ali
Diante de todo o oceano acumulado
Eu não mais precisasse
Derramar o meu oceano particular...

Bruno*

*

Eu não rezo à noite.
Mas choro profundamente pelo meu amor que se foi.
E sinto que isso é a minha absolvição.
(Pois ele foi entrega e sacrifício.
Hoje é cruz.)

Bruno*

quinta-feira, maio 11, 2006

Lázaro

Oh, Lázaro!
Que todas as partes do seu corpo apodreçam lentamente
E morra com pedaços caídos
Que perca os sentidos
Que Deus não o ajude

Não aponte assim para as pessoas
Não chute assim as pessoas
Pés e mãos cairão
Não olhe assim para as pessoas
Não fale assim das pessoas
Língua e olhos cairão

Você não é a Terra dos gregos
Você não é o Sol dos renascidos

Seus conselhos são para espelhos?
Suas palavras são para serem ecoadas?
Alimentando-te?

Seus conselhos são para espelhos!
Suas palavras são para serem ecoadas!
Ensinando-te!

Oh, Lázaro!
Vem para fora
Que eu quero o seu fim
E não haja quem te traga de volta
Que você se perca no nada
Que Deus não o ajude

rodrigo bobi

quarta-feira, maio 10, 2006

Samba - Neo-cientista

Omatídeos? Asas?
deixe comigo, eu sou a cobaia
Dermetransparência?
sem problemas, eu serei o rato

Por quê?
por eu sou parte da experiência
Para quê?
para atingir a consciência

Quando?
por favor... dê-me tempo para ter coragem.

...

Corajoso é aquele que tenta ser híbrido!
Que tenta ser consciente em dobro.
Injeta na pele as possibilidades
E esquece o tempo que lhe levará aos escombros.


Fred
10.05.2006

...e alucinações!

É agora que deve enxergar
Agora, amigo
Agora que deve ver o quão vazio
Está sendo tudo isso
Quero que não haja mais nada em você
Agora, amigo
Não perca mais seu tempo
As coisas não esperam
Agora, amigo
No futuro estará com mais defesas
Ao vazio, amigo
Só ele resta aqui, conosco
Não há tanto tempo
Ou você continua nesse ciclo
Ou vê
Somente essas duas opções
Agora, amigo
Nem foi ontem, nem será amanhã!
Agora!!

rodrigo bobi

Delírio*

Blasfemar, blasfemar, blafemar... é o que farei: blasfemar! Se nada adianta, se não há cura, ao menos um instante de prazer. Maldita seja você, dor; maldita seja você, solidão; maldita seja você, consciência, acima de tudo, maldita seja você, incapaz de dominar essa dor, incapaz de ser razoável e deixar de sofrer pelo que nem sequer é digno de causar tamanho sofrimento.
A vida é injusta, sempre foi e sofrer por isso é uma estupidez sem tamanho: maldita seja a vida e maldita seja a injustiça! Te repudio dor, te repudio irracionalidade, te repudio amor, te repudio ilusão, que me custou uma vida! Não, não lhes pouparei de assistir um momento de agonia, venham comigo, de camarote, são todos meus amigos, não é mesmo? Vejam e aprendam se possível; escolhi essa condição, portanto, nada mais justo do que padecer aqui sozinho. Nada mais justo!!!
Quero minha cama, a blogterapia de pouco adianta agora; é inútil contra a dor verdadeira. Quero minha cama e meu travesseiro, e dessa vez não quero que ele seja um barquinho pra me livrar de me afogar nas minhas próprias lágrimas; quero que ele seja antes um atoleiro e que me trague de vez, ao céu, ao inferno, a qualquer lugar longe daqui! Longe das minhas lembranças, longe dessas dores; dores estúpidas e irracionais. Odeio a passividade, odeio estar sujeito ao meu corpo, a minha mente: maldito corpo e maldita mente.
Que sentido faz isso aqui se nada tem sentido? A vida é sem sentido e odeia que os estúpidos tentem pretenciosamente inputar algum nela – e não me venham com consolos, nem o cretino otimismo. Digo por que sei, por que assim foi comigo! Se discordam, sejam felizes, muito felizes, até quando puderem.
Dor, dor, dor...
Chega de blasfemar em vão. Quem sabe agora eu não me satisfaça com um simples fechar de olhos, tentando descobrir a dor em cada canto do meu ser e admirá-la, inconscientemente, com a pacífica inconsciência que só a dor proporciona...
Dor, dor, dor...
Fiquem em paz... e amem... acima de tudo, amem...

Bruno*

terça-feira, maio 09, 2006

Moça*

A tristeza é uma moça
É tão triste, ela
Quando bate, eu quero sair
Traz consigo sete pedras na mão
A tristeza é uma memória
Tão dolorida, ela
Que eu preciso me curar
Vá embora, moça
Leva essas pedras
Que pesam na memória
Ferem meu corpo, minha alma
Que a via é longa pra sempre eu carregar
Essa cruz que eu criei do meu amor
Vá embora, moça
Leva essas pedras

Bruno*

quinta-feira, maio 04, 2006

Botecagem*

Se deus for
E for, de verdade, brasileiro
Que salve a trivialidade
Da honesta botecagem
De quem pouco tem
E ri sem maldade
E acorda de manhã bem cedo
Pedindo pra que deus seja
E permita a botecagem
E mande um santo proteger
A simplicidade

Bruno*, bastante insatisfeito

Fortuna*

Ganha ponto na tabela
Bota fé na aposta
Faz uma bela jogada
Deposita a sorte nela
Tem garantia no futuro
Tem certeza do desfecho
E gira a roda, a fortuna
E perde a jogada certa
Sai devendo da aposta
Fica a mercê da sorte
E o desfecho é longe dela
Perde a fé no futuro
Fica na vida a cumprir tabela

Bruno*, levemente insatisfeito...

terça-feira, maio 02, 2006

Sacy Sob construção

construiram-me no Maya
eternizaram-me na 4ª dimensão
Quem sou eu?

......re-significado
.......a-significado
--.des-significado
multi-significado
Quem sou eu?

......re-nomeado
......re-nascido
Quem sou eu?

Sacy Guevara
Saci da Silva
Sacy Salada
?

...

Eu sou quem me reconhecer
Eu sou se você me conhecer
Eu sou se você me quiser

...............................

Mas enquanto eu não sou
Sou Sacizinho Gaúcho, gingando para me tornar eterno
Sou Sacyrton Senna do Brasil
Sou Sacícius de Morais
Talvez o primeiro mito a pisar em Marte

E, quem sabe...?
Você leia o Evangelho Segundo o Saci!


Sacy - 27/04/2006
Fred - 27/04/2006

segunda-feira, maio 01, 2006

Serviço

diante do trabalho
prefiro meu baralho
na casa do
João!

rodrigo bobi