Confraternização

(Na geladeira)

quinta-feira, maio 25, 2006

Tecidos e linhas

Vendo linhas, e linha é um produto difícil de vender, pela variedade de cores. E é difícil ter as cores pedidas.
Sempre procuramos dar a mais parecida. Quase nunca conseguimos uma igual. Existe um ritual. Pega-se o tecido, quando a pessoa se dá o trabalho de trazer uma amostra de tecido, para facilitar, e pega-se a ponta do retrós de linha, ou seja, um pedaço de linha e se coloca sobre o tecido. Faz-se, assim, a comparação.
Me aconteceu hoje! Fiz isso, mas a pessoa que estava comprando a linha, não percebeu, não viu que eu estava comparando a linha e o tecido. Cheguei a conclusão de que a linha era, então, perfeita para o tecido, pois a pessoa não distinguia linha de tecido. A linha com aquele tecido era perfeita para aquele comprador.
Claro, talvez ele não enxergasse bem, pois eu conseguia distinguir os dois. Mas, se ele não percebeu, era igual para ele.
Talvez a roupa não fosse para ele, mas, também, é impossível agradar à todos. E, ele saiu daqui satisfeito, talvez torcendo para que a mulher, assim como ele, não enxergue muito bem...

rodrigo bobi

2 Comments:

Anonymous Anônimo disse...

Clap, Clap, Clap, Clap, Clap, Clap, Clap, Clap.
Parabéns meu caro Bobi.
Muito bacana sua crônica poética.
Já disse, anteriormente, q gosto da simplicidade e da valorização dos aspectos do cotidiano da vida.
Além de que isso é uma demonstração de como vivemos sob nossa imaginação e percepção limitada da realidade. Quem sabe lidar com isso tem um poder nas mãos.
Bacana.

Abs

maio 25, 2006 2:00 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Huahuahuahuahuha!!!! Ai ai ai...
Linda crônica, linda descrição, enxuta e bem clara...
Mas, conhecendo-te, e por experiência própria, sinto uma certa iluminação nessa venda bem sucedida e não-traumática, que até proporciona uma reflexão, tipo, da capacidade dos outros verem e tal...
Muito bom...

maio 26, 2006 10:51 AM  

Postar um comentário

<< Home