Confraternização

(Na geladeira)

quinta-feira, novembro 29, 2007

Mulheres*

"Há quanto tempo!" E mais uma vez, cruzando um dos inúmeros corredores dos inúmeros prédios habitualmente frequentados, lá estava ele, um velho amigo: presente aparentemente fortuito, gratificação dada pelo Acaso ao encontro de incontáveis pequenos e distantes fazeres que levaram a essa feliz co-incidência entre dois mundos diversos interligados entre si.
Papo vem, papo vai, enquanto procurávamos saber notícias um do outro, até que, obviamente, surge o assunto primordial e inevitável, o qual concluiu aforismando meu amigo: "Mulher só traz sofrimento". Raro ou tolo é o homem capaz de refutar um argumento tão poderoso e que dispensa maiores demonstrações: cada um de nós, que concordou convictamente com seu varonato, em algum ou vários momentos - há aqueles que padecem a vida inteira -, já sofreram de amores por uma moça.
Em verdade, essa qualidade inerente, de causa de sofrimentos, atribuida às mulheres pouco mudou desde Pandora e Eva: fonte dos males, das doenças e pecados, cobras, sereias, insensíveis, cruéis e mais uma longuíssima lista que demonstra todo o temor do homem diante desse ser magnífico, capaz de despertar em nós o que há de mais intenso, seja isso bom ou ruim.
No entanto, nem é preciso uma atenção muito grande para cuidar que essas mesmas qualidades podem ser perfeitamente atribuídas a qualquer um, homem ou mulher, independente do gênero: que se oponha a isto quem não tiver no seu convívio um homem histérico, sentimental, vaidoso; e do outro lado, uma mulher grosseira, forte, que ame futebol e encare o sexo como uma necessidade biológica. Ou esse é um sinal do fim dos tempos, ou não é mais possível que, por preguiça, vaidade, machismo, ou qualquer outro atrofiamento das idéias, acreditar piamente que existam qualidades morais ou naturais que distinguem seguramente os homens das mulheres, sendo que a principal característica destas seria a responsabilidade pelo sofrimento e desamor daqueles. E nesse ponto, pensar a responsabilidade de cada um sobre seus próprios sentimentos e sofrimentos ajuda a levar a questão para ainda mais além do gênero. Pois é à nossa admiração e encanto por essas mulheres que agregamos um dos sentimentos mais terríveis, contido e banalizado em todos, que é o sentimento de posse. Precisamos, prejudicialmente, possuir aquele encanto supremo, que muitas vezes dá sentido à própria vida, na esperança de preservar eternamente a enorme felicidade do encontro com esse ser que nos parece esplêndido. Assim agimos com tudo o que nos comove íntima e sublimimente; assim desejamos aprisionar a liberdade do vôo dos pássaros em gaiolas; assim desejamos conservar a beleza das flores em vasos, mesmo sabendo que logo morrerão: um erro. Portanto, é à nossa vaidade e egoísmo que, juntamente com todas as nossas outras disposições ao próprio sofrimento, devemos responsabilizar, e não às mulheres, ou aos homens, afinal, somos todos igualmente humanos e as qualidades e valores não são fixos e inerentes podendo ser aplicados a ambos os sexos.
Esse, contudo, não é o aparendizado mais difícil que se apresenta ao delicioso desvenadar do feminino, pois não admitir que nele há algo de mágico, uma característica única e fascinante da mulher, seria mais uma prova de equívoco e ingenuidade. Mas, infelizmente, para o conhecimento desse mistério, nem mesmo a mais elevada poesia foi capaz de encontrar uma definição que desse conta de tamanha exuberância. Aos sábios, que souberam reconhecer nessa indefinição de atração irresistível a própria manifestação da vida, em toda sua natural razão, volúpia, beleza e intensidade, é concedido um instante de contemplação e deleite do que há de mais significativo em sua existência.

Bruno*

quarta-feira, novembro 28, 2007

Dia Longo*

A presença do cheque-especial.
A metafísica do amor e da morte.
Pessoas aos milhares - quanta coisa!
Uma bruxa velha, convicta e contente,
De sua imbecilidade e estupidez.
Quanta perna e paciência, precisamos
Para aguentar um dia longo...

Bruno*

Dia de Ordem*

Fazer quase tudo o que poderia ser feito.
Padecer, plácida e prazerosamente, a um dia de trabalho, necessário.
Aconchegar-se aos muito próximos, saborear, a existência do "sentimento puro", o carinho.
Lembranças.
A música.
E no canto da boca, um sorriso irônico, mas satisfeito.

Bruno*

segunda-feira, novembro 26, 2007

Força Mortriz*

Amordaçado por vontade,
No desejo de silêncio -
Dor terrível do que é -,
Distraídos os sentidos
Passa leve a causa e o tempo,
Tateando o mundo
Por trás do signo:
Objeto banal,
Eu-assustado
E impermanente:
Expirar ao sol é sorrir.

Bruno*

terça-feira, novembro 20, 2007

O Tempo

POEMA PARA UM RITO FÚNEBRE

Que nem sempre em bom tempo vêm as coisas
É como por vezes enxergamos nós

Mas o Tempo, que nada enxerga
Desvia nossos pensamentos
Entorta nossos desejos
Atropela nossos amores

***

Que o tempo cura tudo
É como por vezes ouvimos

Mas o Tempo, que nada ouve
Desconhece nossas dores
Ignora nossos clamores
Subtrai nossos benquistos

***

A nós cabe apenas viver
Que o tempo é sempre curto

E o Tempo vive a nos levar,
feito marionetes
Pra cima e pra baixo
Pra um lado e pra outro

Pra longe
Pra sempre.


Algoz

O sinal de menos

Que haverá de diferente entre um homem que apenas se alcooliza quando acompanhado – seja lá de quem for –, e outro que não se importa – há quem até sinta mais prazer – em beber até cair, na sarjeta de seus próprios aposentos, sem ter pra quem chorar as mágoas prévias e/ou os mal-estares advindos do exagero que é a vida, com ou sem álcool? Que diferença haverá entre aquele que gasta cinqüenta por cento de seu salário com prostitutas baratas, e aquele que guarda tudo quanto pode na esperança de uma velhice confortável em que – ainda que hipoteticamente – caiba o sonho de prostitutas de luxo? Que diferença entre uma viagem feita a negócios, uma feita por lazer, outra por necessidades pessoais, ou outra de qualquer outra ordem?
Há diferença em todos os casos, entre todas as pessoas, a cada momento e em cada situação. Mas todas essas diferenças, juntas, não fazem sequer cócegas no moinho do mundo. O que move o moinho do mundo – e pra trás – é o simples fato de a humanidade ainda não ter aprendido – ocupada com suas verdades absolutas e com seus joguinhos de poder – que em nenhuma dessas diferenças há o sinal de menos.


Algoz

Mundos paralelos

Tinha sido um ano difícil. Ainda faltavam dois meses pra acabar – e não seriam menos difíceis que os outros dez –, mas agora era a hora de parar por dez dias, relaxar e curtir uma semana longe de todos os problemas profissionais. Tinha que voltar pronto pra matar mais dois leões por dia até as festas de fim de mundo – digo, de ano. Mas não ia pra algum paraíso achado no meio do Pacífico, ou pra qualquer uma das Chapadas brasileiras, tampouco pra algum vilarejo medieval e eternamente ajardinado do Velho Mundo. Não. E se conto aqui com tais opções, não devo ser tomado por delirante: nosso homem ganhava dinheiro negociando dinheiro, falando dinheiro, respirando dinheiro. Dinheiro não era, pra ele – como para a maioria das pessoas –, apenas a diferença entre viver e sobreviver: era um estilo de vida. Tinha seu diploma, um cargo com nome, uma empresa de que fazia parte. Mas não era, na prática, aquilo nem isso. Na prática, não era apenas um alto funcionário de uma cruzada ultracapitalista, nem um bandeirante do ramo da especulação-de-qualquer-coisa. Era, na prática, e simplesmente: rico. E não fosse o câncer, diagnosticado desenganadoramente no carnaval do ano seguinte, teria certamente se promovido – em coisa de dois ou três anos – a milionário. Mas agora era hora de esquecer as causas. Era uma quebra, em seu próprio frenético tempo, pra aproveitar as conseqüências. Las Vegas! Tinha tudo planejado. Começaria todos os dias, às seis da tarde, sem cartão de crédito, a jogar. E ficaria até que a Casa consumisse seus mil dólares diários, ou até que consumisse dela dez mil, ou até que alguma moça interesseira o convidasse pra consumi-la em um quarto não-tão-barato-assim qualquer. Eu disse interessante. E se viajava na classe executiva – não gostava de gastar dinheiro senão com dinheiro –, era somente pela volta: precisava dessa carta na manga, caso não conseguisse descansar durante a semana. E que dúvida!

***

Quatro décadas antes, fugidos de qualquer coisa – e/ou buscando sonhos mais realizáveis –, sai de alguma nação menos abonada da Europa uma inteira família. Como muitas outras, entra num navio e ruma pra América. Aporta, quase duas semanas depois, em terra de língua portuguesa.
Uma década depois, insatisfeito com as limitadas possibilidades dos sonhos dos pais, sobe um filho pra nova terra desconhecida, dessa vez de língua inglesa. Morto o pai, sobem atrás do desgarrado a mãe e dois irmãos. E falando português sobram dois, dos quais apenas um mantém certo contato com os duas vezes imigrantes. E desde o derradeiro reposicionamento no mapa-múndi, apenas dois encontros: menos de uma década depois, quando a mãe desceu por duas semanas; e disso quase duas décadas depois, quando o filho subiu por um mês. Agora, quase uma década sem encontros depois, recebe o filho um telefonema: tem duas semanas, no máximo, sua distante mãe. E lá está ele, dois ou três dias depois, sentado na sala de embarque do aeroporto. Chamam primeiro os passageiros da classe executiva. O filho, cuja mãe falecerá dali a três dias, absorto em seus questionamentos, observa. Entre os privilegiados passageiros está um rapaz dos seus trinta anos, bem vestido, com ar de vitória na vida. Vinte minutos depois estão todos – bem ou mal acomodados – na aeronave.

***

Começa o serviço de bordo. E no mesmo instante do mundo, dois homens, um na classe econômica, outro na executiva, pedem uma dose da mesma bebida. Uma tem oito anos de idade, a outra doze, talvez quinze. Mas são a mesma. E pedidas e tomadas por motivos radicalmente diferentes.


Algoz

quinta-feira, novembro 15, 2007

Assim

Algo me inspirou a escrever isto
O que escreveo representa a inspiração que tive
Ela me faz ter vontade de escrever nada
Acabou



Siscão

sábado, novembro 10, 2007

Um vislumbre de sanidade

Naquela manhã de céu nublado, com o ar soando meio fresco, misturado ao ar quente que também pairava naquela atmosfera suave; o mar estava suscetível a uma conversa abrangente.Seria mais uma de tantas que já tivemos.Sentia que esta seria absorsiva considerávelmente em função da ausência de barreiras entre nós.Ali fiquei,com o mar.Verdadeiramente estava ali com ele.Aquele mestre que só ele sabe ser diante de mim.Completamente exposto,sem esconder nada, como já havíamos conversado; não há o que esconder; assim não estava escondendo nada dele, ou de qualquer outra coisa.Isto me deixava, não vulnerável como alguns podem vir a pensar, mas insípido e tranquilo.Diria até invulnerável.Então o observador se foi como veio, e fiquei ali com minhas ondas a ir e vir, transbordando sem transbordar....



Siscão

Uma conversa

Estava um rapaz andando pela cidade,em uma avenida movimentada.Tropeçou e caiu de cara,aos pés de um mendigo,que estendeu a mão,sorrindo em ajudar.O jovem levantou e tonto se sentou.Ficou a olhar o movimento das pessoas na calçada,na avenida,do outro lado da avenida,do seu lado.Nossa!!!ficou espantado em como pode ser confuso uma tonteira olhando uma multidão apressada,como células sanguíneas determinadas a levar oxigênio pelo corpo.Atravessou a rua no sinal.Foi andando pelo outro lado da avenida,parecia um boneco de olinda com os ombros a desviar para não bater nas pessoas determinadas a serem firmes.Respeito nem passava por sua cabeça, pois em uma sociedade que visa o lucro,falar de respeito seria uma ofensa.Sem graça...era ele estar caido com um tiro no peito e só então perceber que tambem podia morrer.Droga!!! se eu soubesse, teria vivido cada dia como se não houvesse amanhã, e na verdade não há há há...
Renato Russo.Ele sabia...



Daniel Siscão de Medeiros

Texto

A primeira linha
Segunda linha
Terceira linha
A primeira linha diz:
infinitas coisas
A segunda coisa diz:
infinitos dias
A terceiro dia diz:
infinitos ramos....
O texto diz:
de saber.

e assim ele disse ter me dito tudo


Sisco nos zóio

Encontro de saber

O discípulo foi ao mestre:
- Mestre, como posso me sentir plenamente satisfeito comigo mesmo ?
- Se vira!!!!
- Mas mestre, preciso de sua ajuda...
- Se vira, estás ao contrário.



Siscão

Inimigo íntimo

Se tenho duvidas,é porque estou dividido
Se tenho dúvidas,é porque não sei
Se não sei,é porque não acredito
Se não acredito,é porque não confio
em mim
Eis meu inimigo íntimo
Eu mesmo
Sem saber de mim
A me procurar por ai
Sem nem saber quando me encontro ou não
Pois não confio em mim
Pois não me conheço
Pois não sei quem ou o que sou
Não sei de nada
Mas finjo manter a superfície "normal" para ninguém notar isso
Porque isso seria o fim para mim
Esse mim é tão falso como todo o resto a que represento seguir
É....sou mesmo é um covarde de mim
Tenho medo de ser o que sei que posso ser
Tenho medo de ser o que sou e
Como consolo,eu finjo ser algo que meu medo me permita
E mais uma vez fingir que sou vítima disso
Porque ja estou tão perdido,que nem a sombra de mim posso mais ser
Tristeza é a companheira que escolhi para compartilhar disto
E no final,não querer admitir que tenho escolha
Isso me faria querer ter coragem de ser real
Então,se vê que nem ter coragem eu quero
Quero ser um covarde, um escravo, um fracasso
E pensar que escolhi isso
Coragem é para os heróis
Uma vez me disseram que herói é aquele que não teme
seus momentos de coragem,
pois venceu a si mesmo na batalha da desilusão
e isso o libertou para abrigar a morada dos puros
na realidade que só a verdade pode proporcionar
"Os céus são para os heróis"
Assim estava escrito em um folheto no chão
Enquanto eu tentava me conformar com
"mais um dia"



Daniel

terça-feira, novembro 06, 2007

Amor

Primeiro dia da semana. Um dia depois de um feriado divertido, passado com pessoas importantes, pessoas bonitas, amigas. Vou para o trabalho, normal, e passo metade do meu expediente como qualquer outro dia. Mas, saio mais cedo para resolver assistências. Pego um ônibus, Ana Rosa, para fazer integração com o Rio Pequeno, que passa perto da pensão onde eu durmo. Antes de entrar, confiro a hora naquele meu celular para saber se tenho tempo para deixar minhas coisas na pensão e trocar de roupa. Tinha tempo de sobra. Entrei e nem sentei. Fiquei apenas 5 minutos, ou até menos, dentro do ônibus. Desceram mais algumas pessoas comigo na Doutor Arnaldo, de onde eu iria para a Cardeal Arcoverde, pegar o Rio Pequeno. Coloco a mão no bolso para olhar as horas, mas aquele celular já não estava mais lá. Olho para o chão, poderia ter caído. Nada. Aliás, bem improvável que tenha caído. Roubaram, é o mais certo. Eu não vi nada. O celular sumiu. Em menos de um instante, sumiu. Não posso nem medir o quanto demorou para que, para mim, ele sumisse. Menos que um instante. Não demorou tempo algum. Sumiu sem tempo. Senti a efemeridade. As coisas são efêmeras. A nós, a tarefa de fazê-las durar o máximo possível. Isso não é burrice. Fazer com que as coisas durem o máximo que a gente puder não é burrice. É uma espécie de amor. Amor é algo bom. A gente pode desfrutar das coisas, basta a nossa vontade. E não me importa no que se baseia essa nossa vontade. Deixe a vontade acontecer. Não dói. Dói, sim, a gente fazer as coisas que não são da nossa vontade. Não que a gente sempre faça aquilo que quer. Não. Isso é impossível, e até pouco saudável. Apenas fazer aquilo que achamos bom, mesmo sendo ruim. Bom de um jeito, ruim de outro. As coisas são assim. Ganha-se de um jeito, perde-se de outro. A balança. Gostava daquele celular. Coisas divertidas estavam agregadas a ele. Mas, passou o seu tempo. Tem outros por aí. Essa é a diferença entre coisas como aquele celular e coisas que amamos. Celulares, tem outros praticamente iguais. As coisas que amamos são únicas. Por isso lutamos por elas, por isso, todos os dias, acordamos e amamos novamente essas coisas. Todos os dias, um novo amor pela mesma coisa. Uma nova luta para que esteja sempre conosco. Isso é amor, também. Amor é lutar contra a efemeridade das coisas únicas.

Rodrigo de Lima Silva

sábado, novembro 03, 2007

? opmeT ?

On levádnifni mes "opmet" etsixe

etnemataxe etnetsixe

etnemataxe etnetsixe

etsixe

etsixe

oralc

etnerapsnart

oãçiefrep etnematulosba

méugla riugesnoc rednetne ossi ?

méugla riugesnoc ragrexne otsi ?

oãn ós ossi

odut ossi

odot ossi

ODOT

O ODOT

OTINIFNI

O OTINIFNI

etnematinifni ossi

riugesnoc rednetne ossi

riugesnoc rednetne ossi

? riugesnoc ? rednetne ? ossi ?

OSSI ARAP RAREPSE ÁH OÃN

OÃN ASICERP RAREPSE ARAP OSSI

RAGUL UO AROH

AROH E RAGUL

OTNAT ZAF

"SETIMIL ÁH OÃN"

AROGA É O OTNEMOM ED REV

AROGA É REV

REV É AROGA


Compreendes agora ?




Siscão

Saber

te ver assim como é
sem mexer
sem tentar
sem achar
sem tocar
sem ferir

esse "ver", não é ver

assim como é

sem mudar
sem cheirar
sem andar
sem parar
sem dizer
sem escrever
sem "querer"

talvez sem querer

sem importar
sem sem

espaço em branco na página


linhas e linhas de espaço em branco na página



silêncio





daniel

Meditar

fechar os olhos

sem pensamento

sentir sem dar atenção

sem destaques

sem destacar nada

sentir absolutamente consciente

infinitamente

calmo

tranquilo


é isso




siscão

'A vontade

solto,leve,livre,
relaxado,suave,satisfeito,
calmo,tranquilo,seguro,

completo

Ciente das "impressões" de incomodo

ciente das suposicões distorcidas

ciente das mentiras

ciente dos enganos

sentindo 'a vontade

o que vem

o que vai

sempre 'a vontade

totalmente

sem ter a criticar

sem ter a reclamar

sem ter a julgar

apenas contemplar,
desfrutar,vislumbrar,
compreender,aceitar,
relaxar,enxergar,tudo ver,
nada ser,sem querer,sem viver

sem morrer

eternamente

eternidade

eterno
(sem tempo ou espaço)

fraterno

companheiro

solidário

abstrato

condizer

conviver

sem temer
nada ter por saber
nada ter

a lá vonte

a lá vonte

bacana te ver a me ler


sisco,siscolino,salsicha,cenoura,siscão,daniel
"a mesma coisa de uma forma diferente"

sexta-feira, novembro 02, 2007

Cião

Cião


Capítulo inicial


Em um vilarejo em algum ponto do cosmos ,onde a luz estava deixando de existir deu-se por
conta de um ser.Era conhecido como Cião.Se encontrava em um campo de refugiados das guerras
que assolavam até onde a vista alcançava.Seus criadores haviam partido devido a um ataque dos que tentam assolar a liberdade da existência,assim sendo,foi encaminhado ao lugar onde se encontra até então.Há três anos estava lá,refletindo sobre o motivo de sua existência,das batalhas
e sofrimento que afligia e aprisionava tantos seres.Foi então que decidiu partir em busca de respostas...
Érmios era o responsável pelo abrigo e Cião foi vê-lo no alto da colina dos acampados:
- Olá companheiro como tem passado? Disse Érmios ao ver 'a porta o corpo alto e esbelto.
_ Nada bem meu caro; nada bem.Tenho pensado muito estes anos em que estive aqui em todas as coisas que me cercam ,elas me trazem muitas dúvidas,dúvidas que já não suporto nem aceito mais.
_ Desde que te conheci que sinto isso em você,e o que posso fazer por ti?
- Só eu posso fazer por mim caro amigo.Vim para me despedir.Já não me encontro mais entre vós.
- Vejo em seus olhos a necessidade de sua busca.Quando pretende partir?
_ Ao raiar de um novo dia partirei.
Assim Cião desceu a colina a vislumbrar o entardecer alaranjado que se formava por de trás dos pinheiros do vale.Sentou-se na grama verde e ficou a sentir a brisa leve do vento e a desfrutar daquele momento que sabia ser único.Cião não tinha amigos,por isso sua partida seria mais uma mudança natural.
Amanheceu.Acordando viu a seu lado uma mochila com alguns suprimentos para viagem.Foi ao responsável e agradeceu a oferta e pos-se a caminhar acenando para os companheiros que se despediam.
Partiu sem rumo na direção de suas dúvidas.



Capítulo final



A brisa daquela manha estava fresca e agradável.Em passadas firmes foi passando por todo o vale,seguindo 'a margem do rio.Caminhou quase sem parar até a noite chegar.Naquela época o clima era fresco dia e noite.Cião descansou na beira do rio aquela noite.
Na manhã seguinte percebeu que já não estava em área segura e po-se a fazer uma lança com um galho que encontrou ,se sentindo mais seguro.
Os dias pasaram e Cião havia perdido a noção do tempo.A comida acabara e não havia nem frutas ou algo que pudesse comer,não queria matar,a menos por uma real necessidade.Enquanto filosofava sobre o que comer,começou a ouvir passos a segui-lo e sentia que era uma ameaça hostil.Cião começou a correr para evitar um conflito, mas heis que surge bem 'a sua frente um ser malígno bem conhecido como orc ,estava armado com uma faca estranha e torta,e veio se aproximando lentamente com seu corpanzil esverdeado, com um sorriso sádico, ao mesmo tempo, Cião olhou para trás e como previa estava cercado, pois ao lado a mata se tromara fechada demais para um fuga.Foi então que correu para o rio até onde deu, aguardando o confronto.
Os dois avançaram impiedosamente sobre o que aparentemente era uma presa fácil.Foi então que no atack mau colocado do ork, Cião cravou-lhe a lança estomago a dentro, sendo atingido nas costas pelo outro traiçoeiramente.Caiu de joelhos com a dor de ter sido rasgado com aquela faca imunda, mas quando pensou estar deixando sua existência, viu o agressor sendo levado pela correnteza com uma flexa em sua nuca.Em um insight de pensamento Cião percebeu-se 'a merce de seu destino,despreparado e uma presa fácil para qualquer um que se propusesse seu predador e desmaiou de dor com o corte profundo.
Ao acordar, não sabia se havia morrido, foi quando sentiu a dor e viu a sua frente sentado ao pé de uma arvore um homem que disse:
_ Tens sorte de estar vivo.
_ Obrigado pela ajuda.Mas devo dizer que talvez fosse melhor morrer.
- Fique calmo, as respostas vem na hora certa.
_ Como sabe o que procuro?
- Isto esta emanando de você
- Pode me ajudar?
- Talvez eu possa.Conheço um homem.

Passando pela floresta, a noite era calma e silenciosa. Andaram com cuidado.Cião seguia o homem que o salvara
, pois parecia conhcer muito bem o terreno.Andaram por cerca de três dias.Seu guia caçava enquanto Cião fazia fogo para preparar.Cião lembrava do que sentiu no momento do combate, aquela energia interior querendo sair e explodir em seu ser, mas isso tudo era ainda vago para ele.Precisava de alguém,alguém que podesse ajuda-lo com isso que parecia ser seu propósito de existir.
Foi então que em uma manhã de sol intenso avistaram ao longe um vilarejo em meio a floresta. Seu companheiro disse:
- O homem é um sábio conhecido por aqui, talvez ele possa te ajudar.
- Veremos.Agradeço a sua ajuda.

O vilarejo era bem harmonizado com as pessoas contentes e bem vestidas,embora suas vestes fossem bem simples.Andaram e chegaram a uma cabana um pouco afastada das outras casas.Quando estavam para entrar,
Disse uma voz:

- Deixe-o a sós comigo.

Seu companheiro se despediu com um aceno indo para o povoado.
Cião sentiu confiança na voz que ouviu.Entrou e viu um homem sentado olhando fixamente para ele.

- Então enfim você veio.

- Sinto que quero sair, mas é confuso.

- Sim, é chegada a hora de você se mostrar como realmente é.

- Verdade.

O homem passou seu conhecimento a Cião.
Meses se passaram na cabana.Nesse tempo Cião
descobriu-se e atingiu a suprema percepção do ser
e soube quem era.
- Mestre, agradeço pelo esclarecimento.

- Este é meu trabalho. Esclarecer.

- Agora nada mais me resta.(ambos)

Naquela tarde houve luz na cabana.
Os dois não foram mais vistos desde então



Daniel Siscão de Medeiros

Exato

Certo,então você pensa que pode fugir de mim ?
Pensa que sabe o que esta fazendo e tals?
Mas sempre que dá merda depois de meu aviso,
me vem com porques.....
Sendo que nem deu atenção aos meus conselhos...
Ou tu entra em um acordo comigo,ou vai passar mau....
dia após dia
dia após dia
Como tem sido todos os seus dias
Lembre-se, quer você queira ou não, te sou ...
aceite-me ou tente fugir como esta fazendo
Mas, uma coisa é tão certa como sua infelicidade,
sua entrega a mim....é inevitável .
Escolha, quer se entregar lutando ou gosando?


Sublime

Mensagem de alguém que nos quer bem

Será citado uma mensagem existente em algum ponto de conjunção cósmica:

"Olá!!!!Terraqueos....

Venho (através do vir) lhes dizer que não tenho palavras para descrever
a bem aventurança que estou a desfrutar ,nem a liberdade a vislumbrar
Há disposição a compartilhar deste desfrutar
A intenção não é explicar .É de tentar você ver.... O que estar a te dizer
Nada tem a temer,exceto entregar seu ser a seu ser e assim ser se quiser ser
O que tenho a dizer é: vale a pena acreditar...no que você quiser acreditar...vale a pena!!!
Gostaria de acrescentar: Vocês não acham que Siscão é apenas um louco escrevendo coisas ao acaso não é?
Agora me vou, pois tenho outros planetas a visitar e esta mensagem a deixar...



Siscão(intuído por um ser de outra esfera existêncial)

Aqué

Aqui acolá, vai cagá
Aqui acolê, pega aque
De lá para cá, fui mijá
Vem cá para cá, coça aquê
Vem lá para vê, se gue com você
E peidá e peidá
e cherá ...... CHERÁ!!!
PORRÁÁÁ!!!
Fui cagá
Fui limpá
Pá sujá, e limpá
e sujá e limpá

AH!!! VAI CAGÁ LOGO PORRA!!!



é.... a que ponto chegamos ou chegou?

Pirulitê

Pirulito
O pirulito é um nome engráçado
Pô!!!pirulito.....
Ah é!!!!
Exagerei de novo
Pooooora seu filha da PúúúúúTáááááá




Alo? É da padaria portugal então pega no meu pau?

Se expressar

Para que limitar nossa expressão com padrôes?
para supostamente sermos aceitos com o mínimo de sesagrado possível
Não me importa o que digam,Não me importa o que falem
Digo o que digo e questionamentos ou argumentações não vão mudar isso
quem ler isso poderá ver infinitas coisas escritas aqui
Mas isso não muda o que esta escrito,e também não pode negar que escrevo o que escrevo
sem me importar com regras ou algo a me segurar.....
Isso é......, ou isso ai é........HAHAHAHA.....ISSO NÃO MUDA O QUE ESTA ESCRITO
NEM A REAÇÃO QUE CAUSA EM QUEM LÊ.
E PODE CRER...O QUE ESTA ESCRITO É TÃO FUNDAMENTAL QUANTO O FATO DE UMA FORMIGA ESTAR ADENTRANDO SEU FORMIGUEIRO ,OU DO VENTO ESTAR A SOPRAR SEM DESTINO CERTO,OU DE "EU" DIZER QUE EU NÃO QUIZ,NEM QUERO E NEM VOU QUERER NADA COM ISSO.O QUE OCORRE É QUE SEMPRE QUE ALGO É ESCRITO ,ALGO É LIDO .ESSE É O PONTO.




Siscão

Presente

Acredito que desfrutar é a palavra,não importa como ou quando ou onde...Apenas desfrutar incondicionalmenteAcho que é isso o que importa nada mais,nem menos...Porque se fizermos isso,perceberemos o quanto maravilhosos somos,não só nós mas tudo,pois tudo além disso é único..Não se repete,nada se repete...Momentos únicos o tempo todo...Aproveitar esses presentes ou rejeitar?Agora posso ir tranquilo satisfeito de ter-me expresso de maneira Satisfatória...ciente de que todos fazem isso embora existam os que prefiram não perceber...
e isso não os condena de maneira alguma...



Siscão

Perda da razão

Pobre de quem ficou

A ver navios,
Chupando o dedo,
Ao abrigo da chuva.

Quando ainda lá estavam

Os navios, atracados, a esperar,
As frutas, maduras, a tombar,
Os corpos, quentes, a desejar.

Pobre também de quem foi

Esquadra, mãos, tempestade.


Algoz

quinta-feira, novembro 01, 2007

Mosca

Iuupiiiiiiiiiiiii...
Montanha russa em vôo consciente
Transcendente...a mosca entre na boca
Gasg...gasg...
Cof...cof...
A mosca sai molhada...sacode as asas
E avôa...avôa...
Mas se afogou...morreu
E será que viveu?

Tempo sem limite