Confraternização

(Na geladeira)

quarta-feira, maio 10, 2006

Delírio*

Blasfemar, blasfemar, blafemar... é o que farei: blasfemar! Se nada adianta, se não há cura, ao menos um instante de prazer. Maldita seja você, dor; maldita seja você, solidão; maldita seja você, consciência, acima de tudo, maldita seja você, incapaz de dominar essa dor, incapaz de ser razoável e deixar de sofrer pelo que nem sequer é digno de causar tamanho sofrimento.
A vida é injusta, sempre foi e sofrer por isso é uma estupidez sem tamanho: maldita seja a vida e maldita seja a injustiça! Te repudio dor, te repudio irracionalidade, te repudio amor, te repudio ilusão, que me custou uma vida! Não, não lhes pouparei de assistir um momento de agonia, venham comigo, de camarote, são todos meus amigos, não é mesmo? Vejam e aprendam se possível; escolhi essa condição, portanto, nada mais justo do que padecer aqui sozinho. Nada mais justo!!!
Quero minha cama, a blogterapia de pouco adianta agora; é inútil contra a dor verdadeira. Quero minha cama e meu travesseiro, e dessa vez não quero que ele seja um barquinho pra me livrar de me afogar nas minhas próprias lágrimas; quero que ele seja antes um atoleiro e que me trague de vez, ao céu, ao inferno, a qualquer lugar longe daqui! Longe das minhas lembranças, longe dessas dores; dores estúpidas e irracionais. Odeio a passividade, odeio estar sujeito ao meu corpo, a minha mente: maldito corpo e maldita mente.
Que sentido faz isso aqui se nada tem sentido? A vida é sem sentido e odeia que os estúpidos tentem pretenciosamente inputar algum nela – e não me venham com consolos, nem o cretino otimismo. Digo por que sei, por que assim foi comigo! Se discordam, sejam felizes, muito felizes, até quando puderem.
Dor, dor, dor...
Chega de blasfemar em vão. Quem sabe agora eu não me satisfaça com um simples fechar de olhos, tentando descobrir a dor em cada canto do meu ser e admirá-la, inconscientemente, com a pacífica inconsciência que só a dor proporciona...
Dor, dor, dor...
Fiquem em paz... e amem... acima de tudo, amem...

Bruno*

2 Comments:

Anonymous Anônimo disse...

"É agora que deve enxergar
Agora, amigo
Agora que deve ver o quão vazio
Está sendo tudo isso
Quero que não haja mais nada em você
Agora, amigo
Não perca mais seu tempo
As coisas não esperam
Agora, amigo
No futuro estará com mais defesas
Ao vazio, amigo
Só ele resta aqui, conosco
Não há tanto tempo
Ou você continua nesse ciclo
Ou vê
Somente essas duas opções
Agora, amigo
Nem foi ontem, nem será amanhã!
Agora!!"

Sem sentido esse texto? Talvez, ou talvez não. Foi o que quis escrever aqui!
Abraço!

maio 10, 2006 11:20 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Olá meu querido.
Ñ sei oq escrever... Lamento a dor, seja ela qual for.
Hj vi um cara na rua, rastejando sujo, com fome, ñ sei se estava bêbado, mas confesso q me senti mal com aquilo. Sem saber oq dizer ou como ajudar... dei uma grana p ele comer ou fazer oq quiser.
Ele me disse assim: "Muito obrigado. Q Deus te dê em dobro."
Aquilo me tocou pela força q o cara teve, ou ainda tem, de acreditar em algo, seja lá oq for.

A dor é um saco, desanimadora...
Mas mesmo assim, prefiro a militância em vida.
Esse comentário ñ se refere a vc, mas ao q acontece comigo quando me sinto assim...

Muita força, muita luz.

Abs

maio 10, 2006 11:41 AM  

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