Confraternização

(Na geladeira)

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

'Caminhos do dia que morrerei'

Amar a tudo
Ser transcendental
Aprofundar-se
Ou esquecer

rodrigo bobi

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Química*

Além de sair por aí me apropriando indiscriminadamente de conceitos alheios, sou pretencioso a ponto de me arriscar em outras áreas do conhecimento. E aventura intelectual de agora é pelo território da química.
Tenho alguns amigos químicos que estarão bem atentos ao que será escrito, mas vos digo que talvez seja melhor encerrar a leitura por aqui, pois não tenho a mínima intenção, nem capacidade, para discorrer sobre fórmulas, elementos etc. Tentarei observar outras variedades de interações químicas: as inter-pessoais. E nessa análise talvez seja vantajem um ponto de vista "humano", por se tratar de algo totalmente subjetivo.
Pois bem, nosso estudo encontra logo de início uma limitação básica. A química que se passa entre duas pessoas é totalmente indizível, e até agora não há modo eficaz de mensurá-la. E então, amigos, o que faremos agora para prosseguir? Sugiro o método da divagação pessoal. Começo identificando alguns dos meios pelo qual a química pode acontecer: o primeiro deles é o ar, pois se trata de um evento fundamentalmente etéreo. O segundo, o olhar, e muito cuidado com o olhar, porque se não ficarmos atento ele nos levará a um lado místico, que não é o objetivo deste tratado praticamente científico. Foquemos: através dos olhos acontece algum tipo de transmissão, molecular talvez, celular, não se sabe, que tem por efeito em nós diversas sensações corporais. Por fim, o toque, uma via um pouco mais direta mas que mantém a sutileza característica da química.
Confesso que me sinto exausto ao elencar todos esses acontecimentos. Nenhum deles dá conta de explicar o que realmente se passa entre duas pessoas que reagem a uma química, indefinida, mas existente. Simplesmente sentimos, frio, calor, tontura, respiração acelerada... E querer descrever isso é necessariamente dar um nó na língua, e/ou no peito.
Enfim, um poeta seria muito mais indicado para nos revelar estas sensações. Mas como último esforço, peço a vocês que fechem os olhos e lembrem-se de um momento como esse, e por um instante revivam aquelas reações, pois só assim toda a ladainha dita acima faz algum sentido e merece ser publicada.

Bruno*

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Ser é Tempo*

Acabo de perceber que a história da minha vida também pode ser dividida em grandes períodos históricos, assim com o fez Eric Hobsbawn com a "história das civilizações modernas".
Assim, minha "Era dos Impérios", foi o período compreendido entre os 0 e 7 anos, quando imperavam minhas vontades, como acontece com todas as crianças nessa idade, onde a maior necessidade é a de que seus desejos sejam cumpridos imediatamente.
A "Era das Revoluções" se dá na fase das grandes revoluções corporais, físicas, hormonais, sociais, intelectuias, etc. que ocorrem na puberdade, aproximadamente por volta dos 8 aos 15 anos; momento em que o sujeito frequentemente vira monstro, decapta reis, salva princesas, conhece o mundo das idéias, das misérias, do amor, do trabalho, etc...
Atualmente, me encontro na "Era dos Extremos", dos 16 aos 20, vivendo os extremos da "realidade empírica", do dia-a-dia em um "mundo cão", mas principalmente os "extremos das paixões", que me levam do céu ao inferno num instante, numa palavra.
"Ser é tempo" é uma expressão muito abrangente, nos permite especular muito sobre o mundo e sobre nós mesmos. E aqui estou eu mais uma vez deturpando um conceito a serviço do meu "egoísmo". Quantos tempos sou neste exato momento? Por quantas revoluções hei de passar, quantas tragédias hei de viver? Só o tempo...

Bruno*
17/08/05

sábado, fevereiro 18, 2006

'Parar no tempo'

"Menino, faça uma faculdade, senão, você vai parar no tempo."

rodrigo bobi

terça-feira, fevereiro 14, 2006

'Pensar'

Essa coisa de pensar
Repete-se
Essa coia de pensai
Rpete-se
Esas coias e epnsa
pre-tesse
esaco pe ednsa
-te res

rodrigo bobi - totalmente insatisfeito
comentem o texto abaixo do nosso amigo Bruno

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Administração de Sentimentos*

Pensei em criar o conceito de "Administração de Sentimentos". Não cheguei a elaborá-lo, mas tenho a impressão que ele seria um conceito e uma prática fracassados; o mercado de emoções, assim como o financeiro é cheio de reviravoltas e crashes e catástofres de toda espécie, totalmente instável. Subtrai uma pessoa aqui, soma um sofrimento ali, potencializa uma felicidadezinha acolá... Ou seja, tolice. Quem sabe ainda, seria uma dessas psicologias de auto-ajuda, do tipo Inteligência Emocional, ou Como Ser Um Vencedor, Como Fazer Com Que Qualquer Um Se Apaixone Por Você, das quais não tenho notícias, nem fé, de sua eficácia.
Em suma, uma idéia nati-morta. Foi apenas um esboço de reação intelectual, racionalização, do que se passa no espírito. Mais uma instintiva tentativa de calcular a vida, equacionar suas possibilidades etc. No entanto, fico satisfeito por não ter passado de um suspiro, e volto a contemplação, apenas experiência, deste fenômeno que é viver.

Bruno*

sábado, fevereiro 11, 2006

'3º verso'

Querer-te
É me perder na ilusão
De que posso te ter

rodrigo bobi

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

ser um sol

S
e
r

um

Sol

iluminar-se é respeitar a natureza de cada um
na vida respeitar a impossibilidade de não viver uma
pois viver é o dever de quem tem vida
parados, interferimos
mesmo cegos ainda somos observados
mesmo surdos escutam nossos passos
mesmo insensíveis somos amados
mesmo alienados ainda nos querem na mira
mesmo inertes... a vida nos consome

vivos ou mortos nossos corpos são consumidos por esta terra
é só uma questão de tempo
nossa alma é quem se mantém crescente
nossos corpos só diminuem
já os pensamentos fluem
______________ganham corpo
_______________ramificam-se
_______________fractalizam-se
________________organizam-se
_________________expandem-se
__________________ganham vida
e continuam na lida
de outras cabeças, outras vidas
ñ são seus e ainda te ligam aos seus
tornando-se meus

Fred - substância luz

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

A Princesa e o Sapo*

Minha princesa,
tu dizes que deveras me ama;
e eu, acredito.
Mas, às vezes, tua riqueza é tanta
que sinto: mal existo.
Se meu amor de sapo
é suficiente,
por que com príncipe
quer que eu me pareça?

Do castelo, a princesa chama;
no brejo, o sapo, descontente.

Bruno*
22/04/2004

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

'As ladeiras do convento'

As ladeiras do convento
O lamento das faceiras
As guerreiras do cimento
O unguento das besteiras
As berreiras do tormento
O aumento das terreiras
As sereias do atento
O sedento das ribeiras
As ladeiras do convento

rodrigo bobi - poema escrito em Abril de 2003