Confraternização

(Na geladeira)

quinta-feira, maio 29, 2008

Estranhas Religiões*

Pois nessas regiões, o messias cristão é outro. Um tal de Gesus, anunciado em faixas pela rua principal da cidade. Provavelmente esse messias não se importa que seu rebanho leve a vida ao som das mais belas pornofonias - as crianças pulando e cantando -, que seus homens estejam sempre acompanhados de uma boa lata de aguardente, ou negociando terras e mais terras de paraíso.
Também a vertente evangélica dessas regiões é bastante peculiar. Dia desses, outra faixa, no centro da cidade, anunciava: "DIAS X, Y, Z, A PRIMEIRA GRANDE CRUZA. EVANGÉLICA DE..." Isso me afetou a imaginação de tal forma; fiquei a conceber um enorme grupo de evangélicos libertinos em uma grande e entusiasmada orgia em praça pública! Infeliz abreviação; suprimindo o -DA, de CRUZADA, tranformaram um ato de fé comunitário em um enorme cabaré a céu aberto. Normal.
São religiões muito animadas, é verdade. Como o povo dessas regiões. Povo devoto, que improvisa a fé do jeito que dá. Outro dia desses, acordei assustado com os urros de um pastor que tinha fundado sua igreja itinerante ali mesmo, no quintalzão de terra daquelas casas, e cantava, e urrava ainda mais alto para as pessoas que passavam indiferentes, ou se rindo, na rua. Não considerei esse um desrespeito ao meu espaço privado; achei interessantíssmo.
Eu mesmo fico imaginando uma desas religiões estranhas pra mim. Não uma que necessitasse de fantasias e temesse Darth Vader. Quem sabe uma que se baseasse na literatura, filosofia, ou nos ensinamentos dos Beatles - já não disseram que John Lennon queria ser deus? Pois então.
Mas, felizmente, nasci muito preguiçoso, sem ânimos para me dedicar às verdades de qualquer uma delas. Todas muito interessantes, sem dúvida, cheias de sabedoria, muito iluminantes. Que elas então abençõem, aos urros de uma dionisíaca e fervorosíssima possessão, ou ao som de "All we need is love", a preguiça de um bicho inofensivo e quieto.


Bruno*

segunda-feira, maio 26, 2008

Heroísmo*

Sou um herói romântico. Sinto, do alto do topo de um castelo medieval inglês - a capa esvoaçante... -, a profunda, verdadeira e exacerbada força de um amor! Sim, um amor! Sim, uma tão meiga e formosa dama, disposta a por mim buscar e esperar! Ah, mas que fortuna a minha, depois de tanto vagar e penar, solitário - montado em meu ginete branco -, pelas longas distâncias de toda sorte de intempéries do tempo e do desamor entre confusos corações, encontrar a graça de alguém que não teme a volúpia de minhas honestas vontades, de minhas singelas palavras. Esse alguém capaz de sensibilizar-se por minha simplória, discreta - e sofrida - pessoa. Esse alguém capaz de reconhecer e corresponder esse sentimento que me deixa suspenso e suspirante de alegria!
Não, não sou um herói romântico. Amo humildimente, como quem teve coragem para tratar de suas próprias e terríveis cicatrizes. Amo sobriamente, como quem teve paciência para enfrentar a resignação de uma paixão educada na fria realidade; a paciência de esperar sem esperança. Amo tranquilamente, pois tenho a felicidade de um sentimento correspondido por sua natureza simples, de um imenso bem-querer. Amo com a honestidade do corpo as carinhosas e serenas idéias que faço por quem sinto esse enorme carinho - simplesmente.


Bruno*

sábado, maio 24, 2008

Cebolas*

Para tudo o que se faça, arroz, feijão, molho ou mistura: cebola, bastante cebola, bem picadinha - o cheiro de cebola na mão, esse tipo de dignidade pertencente aos trabalhos do lar - e alho, outra maravilha. (Se deus cozinha, com certeza usa muita cebola e alho, disso tenho certeza: são temperos de deus.) E então, fritando na frigideira, aquele cheiro bom subindo, aquele douradinho... E então a gente vai cozinhando, prepara o arroz - colorido, com cenoura e vagem ou pimentão, em cubinhos -, a salada de alface e tomate, com sal e limão.
Cozinhar não é uma ciência exata, sempre soube; tudo pode acontecer, desandar, se perder. É preciso muita atenção, quem é prendado sabe. Por isso é bom ter cuidado com o estado de ânimo com o qual se cozinha. Muita paixão pode adoçar ou salgar demais. Pouca paixão pode insossar tudo. Bom mesmo é a medida das coisas: cozinhar por estar sozinho e dispor de tempo para si, por ter qualquer tranquilidade nessa vida de pequenos tumultos, por sentir saudade, e imaginar que se cozinha um banquete para amigos, ou um jantar para a doce companhia de uma formosa moça que se espera: temperos, sabores, como um necessário toque de orégano.
Pois eu falava de cebolas e assim concluo: que as lágrimas sejam dignas; que sejam de saudade ou de cebolas, mas que o aroma delas desperte algum prazer em nossa memória - no paladar de nossa imaginação.


Bruno*

sexta-feira, maio 16, 2008

Cabra Homem*

Dizem os especialistas em linguagem que o homem não seria possível sem que se comunicasse e significasse através da magnífica e simples complexidade de uma língua; o que permite atribuir ao esplêndido homus erectus a nobre qualidade de humano, este capaz de alcançar elevadíssimos sentimentos e realizar importantíssimos empreendimentos.
Uma das características que tornam possíveis tais singulares e fabulosos feitos, segundo os especialistas, é a maneira como a linguagem se estrutura, valendo-se de duas articulações fundamentais: a de distinguir uma partícula sonora de outras, como um "p" de um "b", por exemplo, e agregá-las a outras de forma a constituir um singnificado, "pobre"; e uma segunda que articula a diversidade de significações possíveis a formas restritas, como o infinitivo de um verbo "-ar", que ao mesmo tempo pode ser o "ar", da palavra que respiramos.
Pois eu estaria discordando dessa incrível e supostamente única qualidade, que distingue o homem do animal, o qual tem sua linguagem limitada a pouquíssimos elementos, como "alimento, cópula, localização"; uma abelhinha não pode com seus zunidos dizer a seu parceiro que o ama, ou que as flores daquela tarde de primavera a fizeram lembrar do sabor de um mel colhido há tempos atrás – triste condição de inseto, pensarão os de bom coração – como não poder amar e lembrar?
Mas, afinal, o que tem o homem de tão diverso, necessário e sublime para significar? Por mais que me esforce para ouvir, expressar, conhecer, não consigo encontrar mais do que um vasto – sem dúvida –, mas numerável repertório de palavras e modos de falar para uma meia dúzia de conceitos que vão sendo atualizados e contextualizados ao longo do tempo e do espaço. Tenho mesmo a audácia de dizer – mas não sem algum respaldo de preguiçosamente ter tido contato com algumas reflexões, modernas ou antiquíssimas, do oriente ao ocidente, sobre o que e como é ser esse ente formidável, humano –, que toda discussão mais profunda, e o sentimento mais visceral, podem ser reduzidos, sintetizados, em alguns poucos e grandes conceitos, orientados de acordo com algum ponto de vista: amor-vontade-desejo, morte-impermanência-religião, et coetera...
Por isso acho tão encantadora a conversa das cabras que pastam no terreno atrás de onde moro. Não estarão elas a dizer e considerar as mesmas coisas que nós? Em linguagem de cabra, devem estar a questionar: "Paixão é novidade antiga?", no que eu consinto: "É..."; "Ali tem mais capim", "É..."; "Aquele bode com um chifre só, esquerdo, é o diabo", "É..."; "A Grande Cabra há de nos guiar e salvar!", "É..."; "Ó, como amo, para todo o sempre, a mais bela e alva das cabritas!", "É..."
Muito provavelmente é também devido a toda essa cabritagem que acabo de especular que costumo pouco me espantar com a variedade do gênero dos homens, vindos das mais distantes e inusitadas culturas do globo, que vêm me contar seus causos e histórias, assuntos urgentes, de sujeitos satisfeitos e possuidores de uma alma que os tornam todos muito especiais.
"É..."


Bruno*

quarta-feira, maio 14, 2008

De uma partida

Quando uma grande partida chega quase de repente, algumas coisas se fazem – proporcionalmente às questões temporais, e com justiça – maiores...
Aquela pessoa tão querida que ignora a sua irradiante – levemente triste, porém – necessidade de dividir com ela as repentinas novas da partida... Sim, aquela pessoa tão querida... Assim ignorando – antes ouvisse e fizesse pouco caso! –, assim ignorando esse honesto e carinhoso e singular dividir de certos sagrados detalhes desse novo rumo de vida que se faz à porta... Assim ignorando o tamanho das coisas, essa tão querida pessoa se torna uma triste resignação na memória das práticas sentimentais da vida.
Aqueles livros que causam tanta curiosidade, alguns pelos títulos que lhes fizeram retumbar sonoros, outros pelos autores que consagraram, um pelo amigo que leu e recomendou, outro pela leitura já uma ou outra vez feita, ou pelo carinho com que foi recebido, ou ainda pela história geográfica por que passou, outro pelas mãos que já o leram pelos caminhos do mundo ao longo do tempo. Todos aqueles livros, quando uma grande partida chega, se fazem um sinal de certa imprudência – pra não dizer imbecilidade –, pra quem os olha e pensa “onde a vida acontecia que esse livro não foi aberto, que aquele não foi folheado, que aquele outro nunca foi lido?”
E, acima de todo o desinteresse de alguém querido, e acima de todo o suposto conhecimento não absorvido pelas leituras não feitas de tantos livros... Acima de todas essas coisas tristemente transformadas em práticas quotidianas (não ou mal resolvidas)... Acima de tudo isso, quando das vésperas de uma grande partida, há aquela moça tão bonita e atraente que, pra além de não saber o tamanho das coisas todas, ainda deixa um suspiro agridoce por nunca ter sido sequer tocada... por alguém que parte cheio da maior e mais resignada vontade de fazer dela uma leitura bem feita. De um capítulo apenas, ou de um parágrafo. Quiçá de uma só linha, ou de apenas uma palavra. Mas uma leitura bem feita que fosse, dessa única palavra que fosse. E ela seria uma interjeição sorridente.


Algoz

Ironicamente*

Amigo,

"Com sorte"
Talvez
Uma semente
Eu tenha plantado

Ao acaso,
Despretensioso

Ela pode não brotar
- O que é da natureza -

Mas eu a contemplo, assim
Perecível
Em seu encanto de flor
Que nem ao menos floresceu

Pois adoro o que perece
Não me engano

Sei do que nunca será
Por isso
Basta que seja
E me seduza
Enquanto vejo
Acontecendo

Misturo flores
Mortes, amores
Sempre
Ironicamente

Amigo,

A beleza nos comove
A beleza
Quase violência

O olhar
Apenas
Chamas

Amigo,

São flores,
Mortes, amores
Ironicamente

Violência e beleza

Amigo,

Chega de ironia
- Força há é no olhar -


Bruno*

terça-feira, maio 13, 2008

Trânsito*

Em um jornal da manhã passava uma matéria sobre o trânsito de São Paulo – imagens aéreas, o mar de edifícios, frio, céu fechado. Senti tanta saudade. Sim, é absurdo ter afeto por uma coisa dessas, que só atrapalha a vida do cidadão citadino. Mas a distância permitiu a mim, cidadão longínquo, que sentisse um verdadeiro afeto pelo tráfego mais do que intenso daquelas ruas e lugares pelos quais um dia já estive eu, fatigado e triste por estar preso em congestionamentos, de pé, no ônibus, com outras centenas de pessoas me fazendo uma desconfortável companhia, ou assistindo pela janela – sempre sonolento – a correria do mundo lá fora, cinza e nublado, como muitas vezes estava o tempo do sujeito que olhava cansado do outro lado da janela.
Eu tomava café enquanto assistia ao programa, e sorria - aqueles lugares.
Café foi um gosto que aprendi com minha vó, mas que cultivei com empenho e seriedade em São Paulo. De manhã, no intervalo do almoço, de noite, para aguentar o trabalho e as aulas da faculdade; com chocolate ou cigarro. Bebida amável, e necessária.
Mas, além do café, o paulista também precisa de outras coisas. Pizza, por exemplo. Refeição do cotidiano, bem ajustada à cidade. Ruas. No meio de tão enormes proporções, falar de ruas, localizar-se, também faz parte da cultura de um paulistano. Torna-se um hábito, uma linguagem: subir a Teodoro, que é paralela com a Cardeal – a Capote e Oscar Freire cruzam a Cardeal –, passando pelas Clínicas, Dr. Arnaldo, (saudoso bairro de Pinheiros; bairro no qual desejei morar quando fosse adulto) chegando na Paulista – avenida cheia de vida, atarefada, muitos eventos –, ou seguindo pela Consolação, a Sé – imponente. São tantos caminhos... E trânsitos. A Marginal, Rebouças, Vergueiro, Francisco Morato, não faltam via crucis, das quais me lembro com essa saudade de um caiçara, emigrante litorâneo, que durante algum tempo foi acolhido com a violenta generosidade da tumultuada e apaixonante capital.


Bruno*

segunda-feira, maio 12, 2008

Fim dos tempos

Esplosão total transcedental
Destruição fenomenal
Arco íris reluzente
Furacão verde consciente

Um brilho eterno está surgindo em mim
Irradiar a luz na sombra sim

Você vai me olhar e você vai ver que no fim eu sou você

Romper com luz seus corações
Iluminar até o pó
Desentegrar a escuridão
Vislumbrar a transformação

Estou sentindo esta energia aqui
Estou sentindo energia fluir

Desentegrar a última tensão
Desentegrar a última tensão

Eu sou luz



Siscão

Animal

Não vou negar aquilo que me foi enviado
Não vou privar a vida de florescer

Olhar aquilo, parece tão bonito

Ao meu ver

Vou viver

Dor me soa tão real
Sou um animal sem vida, eu sou

Só me sobrou, apenas uma pata para eu correr em vão
Olhar no olhar, vejo que sou a verdade, que sou eu



Siscão

sexta-feira, maio 09, 2008

Final de Tarde*

Triste condição essa, depender de palavras
Para comunicar, sentir

Viver uma saudade
É bom para o corpo,
Mas tão difícil, quando estar junto
Só é possível quando se diz:
Tenho saudades...

É final de tarde
Também para minha euforia
E é sempre assim
Finais de tarde
E saudades

Porque o dia começa com sol
E então toda lembrança
É a alegria de um próximo encontro

Mas quando o sol se vai
Eu também me vou
Deixando anoitecer
Já em vontade de dormir
Descansado
- Em horas de assombrosa vontade,
Soma.

Final de tarde
E palavrinhas
Para ter você sempre por perto


Bruno*

quarta-feira, maio 07, 2008

De um pouco de um grande carinho

Poucos terão tido, na vida, alguém em quem pensar com um carinho tão grande que se anule: em passos que não se encontram – como coreografia nunca antes ensaiada e, ainda assim, sempre executada com aleatória perfeição –, apesar do teto compartilhado. Sem precisar sequer de um sorriso, ou mesmo de um olhar. Um carinho tão grande que mesmo na ausência de tais passos comungados, ainda assim é o carinho daqueles passos. Poucos terão tido, na vida, alguém em quem pensar com um carinho tão grande que se transforme: num olhar que se direciona pra nada – sem ser perdido –, com um sorriso resignadamente honesto, quando tais passos, então invisíveis na prática dos dias, por estarem sendo dados alhures – quiçá muito, muito longe –, ainda assim poderão ser sentidos – como presença, dentro daquele mesmo teto onde antes como que levitavam –, por esses poucos que terão tido, na vida, alguém em quem pensar com um carinho tão grande...


Algoz

terça-feira, maio 06, 2008

Homenagem a um irmão

sei que algures dentro de nós existe uma biblioteca
em prateleiras de mel que escorrem para quem amamos
e de dentro das sedas que lambem os livros respiras tu
em eternos sopros de dádiva e saber
em cascos húmidos de humanidade

sei que algures dentro de nós existe uma biblioteca
com livros livres de lombadas e paginação
perto das memórias intemporais do amor
em que se cedem cópulas alquímicas e misteriosas

sei que algures dentro de nós existe uma biblioteca
em que se a cuidas, casa-alma, dita-la para mim
e o graal surge, em forma de beijo
imponente, cristalino, honesto e unicelular

(são as salivas dos livros que não li e me mostras
os desejos de sorver o palato da tua biblioteca)

e sem falar mais de livros,

falemos de amor…

aquele tabu em que se diz nada se poder definir

pois eu defino o que sinto na saliva das palavras - simbiose comunicacional - que o amor sou eu
em forma de nós
como um copo de mar sem peixe
como um copo de mar com peixe
como mares sem ou com copos

porque o graal eu descobri
é seda preta e distinta, no recolher sóbrio dos teus medos
na conversão una das tuas expectativas e desejos

ensejo então fundir
abraçar a morte física como gás que respiras

porque posso

porque sim

porque quero

- lembra-te que sou alquimista –

e da distância faço a cama de lavado
e dos ossos obtenho abraços
e de todas as bibliotecas de todas as existências em todos os mundos manda o amor

e o amor sou eu

e eu apanho a natureza no coração com uma rede indestrutível
e sôfrego toco-te um dedo
o dedo sensível com que intuis as coisas do mundo de todos os mundos

e se há mundos que desconheces, eu - alquimista-bibliotecário -
dilacero o peito

rasgo-me ao meio

sou um corpo-casa da alma-biblioteca

lê o que quiseres


tirem-te o pão,
tirem-te membros,
tirem-te alegria,
tirem-te o que amas, tirem-te a luz
e a esperança, tirem-te o riso e aquilo a que chamas de vida,
tirem-te. a ti.

façam o que fizerem, tirem-te o que te tirarem,
nada disso conta
pois vens a meu peito aberto e lês o que quiseres



e se nada nessas palavras te afagam
encosta o teu rosto ao sangue quente do meu peito
e segredar-te-ei que te amo

que tu és tu

e que és quem amo

livro de mim

livro de ti


livres em nós,
no amor universal



Miguel Barroso

Necessário

Amo...


Siscão

segunda-feira, maio 05, 2008

Manteiga*

Sei que não é nada poético – tampouco prudente ou relevante – dizer isso, mas já chorei assistindo Bob Esponja. Mesmo se tratando de um desenho, basta uma cena com um pouco mais de "carga emocional" para me comover às lágrimas. Nos besteiróis americanos da sessão da tarde, era muito comum que eu precipitasse minha compaixão pelo padecimento dos rejeitados e/ou excluídos...
Sou uma manteiga derretida.
Choro quando vejo coisas tristes; pessoas se destruindo, destruindo coisas – intolerâncias...
Choro quando vejo coisas bonitas; flores e naturezas, palavras em livros, bonitezas dos dia-a-dia – bobagens...
Mas também por coisas sérias; pelo absurdo carinho de meus amigos, por saudades e vazios.
E por isso choro (baixinho) por acordar ao seu lado; por te ver linda e distraída, repousando em sua comovente e inebriante languidez...
Choro porque sinto.

Dizem que faz bem pra saúde.


Bruno*