O Jangadeiro

Na jangada subo e parto
minha dor não é profunda
tenho amor, assim me farto
mais os peixes de água funda

Quando dizem que sou triste
eles nunca que souberam
a certeza que existe
que em casa me esperam

Claro, o mar é só silêncio
como dizem os profetas
que o querem, buscam cedo
mas não tenho essas metas

Eu não quero lá ter morte
diz poeta que isso é doce
mar salgado aqui do norte
de açucar, antes fosse

Parte como, parte vendo
e os peixes vou pescando
e caju eu vou comendo
essa vida vou levando

Penso no futuro certo
tão igual do meu paizinho
com família bem de perto
e os netos no vizinho

Esses versos eu termino
na jangada que eu fiz
quando ainda era menino
chego em casa, sou feliz

rodrigo bobi

Sacy

meu R.G. é meu esqueleto

...

fui banido para o lado B
ninguém quer me ver
querem me dar um esqueleto,
uma estrutura
que eu ñ quero nem ver

usei perna mecânica
uma de moderna cerâmica
por vergonha de assumir meu sobrenome
e até me dei outro nome
para ñ assumir meu Perêrê

todos precisam de mim
para serem daqui
tupi.net
tupi.megahertz
tupi.U e VHF

halloween tupiniquim
só se eu estiver por lá

ass: Sacy i?


Fred - 19/04/2006

Apenas*

Não foi por maldade
Não foi por vaidade
Apenas foi
Não sei por que
Abandonei meu amor
E agora ele se foi
Pra nunca mais, talvez
Resta um não sei
Converto a saudade
Em força e beleza
Mas por dentro o que vejo
É seu beijo distante
Que afastei não sei por que
Não foi por maldade
Não foi por vaidade
Apenas foi
Não sei por que
Abandonei meu amor
E agora ele se foi

Bruno*

Moderno*

A porta está aberta
Não há mais contradição
Somos todos maus e bons
A porta está fechada
Não há mais punição
Somos as luzes da razão
A porta foi partida
O mundo é representação
A verdade, uma construção
A porta está aberta, fechada
Passamos a lugar nenhum

Bruno*

Não me engane

Não me engane, pois o ódio
Anda junto com o amor
Não me engane, hoje em dia
Você ia me amar

Não me engane, egoísta
Só te importa bem estar
Não me engane, menininha
Pegue a trouxa e vá pastar

rodrigo bobi

O Jardim*

Ei, borboleta encherida
O que faz aqui em meu jardim?
Acaso não vê que ainda não está pronto?
Que cultivo a terra duramente castigada
Pra ver nascer com muito esforço
Qualquer sorte de vida existente numa flor?

Peço-te pra entender, querida borboleta
Não vá dizer a sua mãe
Que contrario a natureza
E maltrato um tão leve ser

Ei, pobre jardineiro
Por quê cuida o seu jardim?
Acaso não sabe que a flor ainda é flor
Mesmo sem desabrochar?
Sigo as leis do invisível
Vou aonde devo estar

Peço-te pra entender, querido jardineiro
Não me queira pra sempre num casulo
Fui feita pra voar, causar até um furacão
Seguir o sol, a lua e bela ser

O jardim, o jardineiro
O jardim, a borboleta
A flor, o jardim
A borboleta e o jardineiro

Bruno*

Os Rústicos Não Amam*

Aqui estou eu a pensar - não sei se porque levemente embriagado, se acaso os homens rústicos são capazes de amar.
Imaginem um pedreiro a construir uma casa, mexer com concreto, levantar os blocos; imaginem se em tais condições é possível amar. Imaginem um pescador, a jogar a rede, destripar um peixe; imaginem um pescador assim apaixonado. Se amassem, preparariam incorretamente a massa, exagerando ou esquecendo um ingrediente, e a casa logo desabaria; não estariam atentos ao mar, mas sim ao luar, ou mesmo nem ao menos partiriam por medo de não mais voltar, o barco afundaria. Seriam maus pedreiros e maus pescadores, morreriam de fome.
Talvez encontrem esses homens uma mulher desiludida e servil ao chegarem cansados em casa. Talvez tenham cria. Mas, não amam. A dureza da vida lhes privou desse dom. E muito provavelmente não sentem falta, trabalham.
Eu que não tenho uma profissão assim rústica - nem ao menos tenho uma profissão, o que sinto? Fome, paixão? Escrever assim descompromissadamente faz de mim um rústico, um amante?
Edifico um texto, assim mal construído; pesco algum sentimento em mim reprimido na esperança de encontrar neste ato algum rusticismo, alguma paz pra se acaso eu não voltar.

Bruno*

Faz de Conta*

Faz de conta
Que a palavra é coisa
E constrói um castelo
Faz de conta
Que o amor é coisa
E constrói um sonho

Faz de conta, pois eu conto
Que a palavra não é coisa
Faz de conta, pois eu conto
Que o castelo é sonho
Faz de conta que é feliz
Destruindo o amor
Faz de conta, enquanto eu canto
O meu grande desencanto

Bruno*

Semana Santa*

O que houve de realmente santo nessa semana, para mim, foi a lua. Totalmente clara, linda, grande... e, principalmente, pura como o que é santo.
Sua claridade intensa fazia vibrar uma energia muito positiva e tranquíla, ao menos no meu espírito, agitado com todos aqueles maus sentimentos que me deixavam tenso, desconfortável. Diante do meu tormento, permanecia ela quieta em sua órbita, presa à terra como uma alma ao corpo, em paz; iluminando a todos, sem distinção, tanto àqueles que fazem o mal, mesmo sem o querer, quanto os que querem o bem sem o fazer, e isso me tocou, me ajudou de alguma forma a apaziguar minha inquietude.
Invejo-te, lua - serena, linda e pura.

Bruno*

#aranha#

_Quando eu cair,
_Que o chão encontre um corpo fechado
[Um exoesqueleto tinhoso]
_Grosso

_Quando minhas glândulas forem induzidas
_A envenenar-me
.Que'u me cale.
_Baixos sentimentos não são alimento

_Que minhas teias capturem os iluminados
_E me liguem a muitos amigos
~Não saiam de meu abdômen,~
_Mas de minha boca

_Inocularei meu amor nas suas entranhas
:E sorverei o teu:
_E seu bom humor para nós dois

_Que eu consiga aproveitar meus 8 olhos
_E tenha até mais
_Um para cada predador de minha alegria

...

_#

Fred - 11/04/2006

Meu ódio pelas...@mail.com

faz tanto tempo
pra nada restar
mostrando apenas
as coisas que mudam
as coisas flutuam
e-sem direção

em cada ped@ço
está a verdade
aquela verdade
que nunca existiu

c nunca existiu
já naum v@i começar
já não pode p@rar
eu naum qro saber

e-tent@r convencer
jah naum eh m@is pra mim
e-q fique assim
sem s@ber o q eh

rodrigo bobi

Barraco

vem aqui pro meu lado, nega
que aqui tem abrigo
desce aí! pro meu colo, chega
pois eu sou seu amigo

mas se eu vou e te falo, poxa
é porque é verdade
se você não confia, troxa
que se dane, cumáde

no meu barraco
tú não pisa mais

rodrigo bobi

Ô, Zé

ô, zé
que tal ficar quieto?
meu pé
não é coisa pra ficar, não

ô, zé
o acaso é coisa alegre
mané
a vida é baixa e alta, sim

Falei aqui, ouviu ali
Falou ali, ouvi aqui

ô, zé
que falta de respeito
até
parece que não tá são

ô, zé
não fala do que eu sinto
pois é
coisinha só de mim

rodrigo bobi

Tão igualzinho

assim
aqui no meu peito
e meu feito
se torna amor

assim
aqui no meu canto
e meu pranto
se torna dor

mas há saída, que se sabe
há felicidade
há tristeza que se acabe
há felicidade

e é engraçado como soa
tão igualzinho
é frustante como à toa
tão igualzinho

rodrigo bobi

Anjinho*

Mãe querida, mãe santa,
Pede ao pai do céu
Pra cuidar do anjinho
Que por mim zelou...

Bruno*

Águas doces

vivemos num fio
você se joga no mar
eu? rio...

rodrigo bobi

Prisão!

Palavras
Conceitos e idéias
As pessoas e as instituições
Todas as leis existentes e a sociedade
O mundo, todo o Universo e todos os Deuses conhecidos

Prisão?
Apenas uma cela?
Ou eu estou nela?

rodrigo bobi

É nóis truta!

Quando ela me abraça forte e diz:"eu amo muito meu thito..." é ai, exatamente ai onde sinto que a vida vale a pena!
o que dizer da minha pretinha? que eu a amo absurdamente todos já sabem.. mas talvez não saibam que admiro muito, mais muito essa mulher maravilhosa, me encanto com seu jeitinho lindo dia após dia, suas gargalhadas deliciosas, seu soninho delicinha......trutinha você é meu bem querer, meu chameguinho!!
minha felicidade mora no seu sorriso. meu bem estar é te fazer feliz, te ver feliz!!
com você estou tranquilo, seguro! posso seguir em frente sorrindo, pois contigo ao meu lado eu vou pra onde quiser!!
sil te amo muito muito!!um beijão linda e lembre-se "mantenha-se respirando!"

Thiago!!

No Ocidente...

Perguntei para todos
E um mestre me disse:

Para aqueles que vivem
A sociedade e o social
Para aqueles que não
Uma perda em solidão

rodrigo bobi

Causalidade*

Um diálogo com Schopenhauer

Talvez fosse o segredo
Da "quimera" felicidade
A existência de uma ordem
Que da causa fosse efeito.

Bruno*

Se Os Que Passaram*

Se os que passaram lhe deram amor
Foi vida boa
Se os que passaram te odiaram
Foi vida à toa

Se não te amaram, não sabiam
Que a vida é briga, é jogo duro
Se te odiaram, é gente boba
Que não cala a boca e se irrita à toa

Se a vida toda foi feliz
Não nasceu, foi só um sonho
Se a vida toda foi infeliz
Não aprendeu, nasceu à toa

Bruno*