Confraternização

(Na geladeira)

sexta-feira, novembro 02, 2007

Cião

Cião


Capítulo inicial


Em um vilarejo em algum ponto do cosmos ,onde a luz estava deixando de existir deu-se por
conta de um ser.Era conhecido como Cião.Se encontrava em um campo de refugiados das guerras
que assolavam até onde a vista alcançava.Seus criadores haviam partido devido a um ataque dos que tentam assolar a liberdade da existência,assim sendo,foi encaminhado ao lugar onde se encontra até então.Há três anos estava lá,refletindo sobre o motivo de sua existência,das batalhas
e sofrimento que afligia e aprisionava tantos seres.Foi então que decidiu partir em busca de respostas...
Érmios era o responsável pelo abrigo e Cião foi vê-lo no alto da colina dos acampados:
- Olá companheiro como tem passado? Disse Érmios ao ver 'a porta o corpo alto e esbelto.
_ Nada bem meu caro; nada bem.Tenho pensado muito estes anos em que estive aqui em todas as coisas que me cercam ,elas me trazem muitas dúvidas,dúvidas que já não suporto nem aceito mais.
_ Desde que te conheci que sinto isso em você,e o que posso fazer por ti?
- Só eu posso fazer por mim caro amigo.Vim para me despedir.Já não me encontro mais entre vós.
- Vejo em seus olhos a necessidade de sua busca.Quando pretende partir?
_ Ao raiar de um novo dia partirei.
Assim Cião desceu a colina a vislumbrar o entardecer alaranjado que se formava por de trás dos pinheiros do vale.Sentou-se na grama verde e ficou a sentir a brisa leve do vento e a desfrutar daquele momento que sabia ser único.Cião não tinha amigos,por isso sua partida seria mais uma mudança natural.
Amanheceu.Acordando viu a seu lado uma mochila com alguns suprimentos para viagem.Foi ao responsável e agradeceu a oferta e pos-se a caminhar acenando para os companheiros que se despediam.
Partiu sem rumo na direção de suas dúvidas.



Capítulo final



A brisa daquela manha estava fresca e agradável.Em passadas firmes foi passando por todo o vale,seguindo 'a margem do rio.Caminhou quase sem parar até a noite chegar.Naquela época o clima era fresco dia e noite.Cião descansou na beira do rio aquela noite.
Na manhã seguinte percebeu que já não estava em área segura e po-se a fazer uma lança com um galho que encontrou ,se sentindo mais seguro.
Os dias pasaram e Cião havia perdido a noção do tempo.A comida acabara e não havia nem frutas ou algo que pudesse comer,não queria matar,a menos por uma real necessidade.Enquanto filosofava sobre o que comer,começou a ouvir passos a segui-lo e sentia que era uma ameaça hostil.Cião começou a correr para evitar um conflito, mas heis que surge bem 'a sua frente um ser malígno bem conhecido como orc ,estava armado com uma faca estranha e torta,e veio se aproximando lentamente com seu corpanzil esverdeado, com um sorriso sádico, ao mesmo tempo, Cião olhou para trás e como previa estava cercado, pois ao lado a mata se tromara fechada demais para um fuga.Foi então que correu para o rio até onde deu, aguardando o confronto.
Os dois avançaram impiedosamente sobre o que aparentemente era uma presa fácil.Foi então que no atack mau colocado do ork, Cião cravou-lhe a lança estomago a dentro, sendo atingido nas costas pelo outro traiçoeiramente.Caiu de joelhos com a dor de ter sido rasgado com aquela faca imunda, mas quando pensou estar deixando sua existência, viu o agressor sendo levado pela correnteza com uma flexa em sua nuca.Em um insight de pensamento Cião percebeu-se 'a merce de seu destino,despreparado e uma presa fácil para qualquer um que se propusesse seu predador e desmaiou de dor com o corte profundo.
Ao acordar, não sabia se havia morrido, foi quando sentiu a dor e viu a sua frente sentado ao pé de uma arvore um homem que disse:
_ Tens sorte de estar vivo.
_ Obrigado pela ajuda.Mas devo dizer que talvez fosse melhor morrer.
- Fique calmo, as respostas vem na hora certa.
_ Como sabe o que procuro?
- Isto esta emanando de você
- Pode me ajudar?
- Talvez eu possa.Conheço um homem.

Passando pela floresta, a noite era calma e silenciosa. Andaram com cuidado.Cião seguia o homem que o salvara
, pois parecia conhcer muito bem o terreno.Andaram por cerca de três dias.Seu guia caçava enquanto Cião fazia fogo para preparar.Cião lembrava do que sentiu no momento do combate, aquela energia interior querendo sair e explodir em seu ser, mas isso tudo era ainda vago para ele.Precisava de alguém,alguém que podesse ajuda-lo com isso que parecia ser seu propósito de existir.
Foi então que em uma manhã de sol intenso avistaram ao longe um vilarejo em meio a floresta. Seu companheiro disse:
- O homem é um sábio conhecido por aqui, talvez ele possa te ajudar.
- Veremos.Agradeço a sua ajuda.

O vilarejo era bem harmonizado com as pessoas contentes e bem vestidas,embora suas vestes fossem bem simples.Andaram e chegaram a uma cabana um pouco afastada das outras casas.Quando estavam para entrar,
Disse uma voz:

- Deixe-o a sós comigo.

Seu companheiro se despediu com um aceno indo para o povoado.
Cião sentiu confiança na voz que ouviu.Entrou e viu um homem sentado olhando fixamente para ele.

- Então enfim você veio.

- Sinto que quero sair, mas é confuso.

- Sim, é chegada a hora de você se mostrar como realmente é.

- Verdade.

O homem passou seu conhecimento a Cião.
Meses se passaram na cabana.Nesse tempo Cião
descobriu-se e atingiu a suprema percepção do ser
e soube quem era.
- Mestre, agradeço pelo esclarecimento.

- Este é meu trabalho. Esclarecer.

- Agora nada mais me resta.(ambos)

Naquela tarde houve luz na cabana.
Os dois não foram mais vistos desde então



Daniel Siscão de Medeiros