Confraternização

(Na geladeira)

terça-feira, novembro 20, 2007

O sinal de menos

Que haverá de diferente entre um homem que apenas se alcooliza quando acompanhado – seja lá de quem for –, e outro que não se importa – há quem até sinta mais prazer – em beber até cair, na sarjeta de seus próprios aposentos, sem ter pra quem chorar as mágoas prévias e/ou os mal-estares advindos do exagero que é a vida, com ou sem álcool? Que diferença haverá entre aquele que gasta cinqüenta por cento de seu salário com prostitutas baratas, e aquele que guarda tudo quanto pode na esperança de uma velhice confortável em que – ainda que hipoteticamente – caiba o sonho de prostitutas de luxo? Que diferença entre uma viagem feita a negócios, uma feita por lazer, outra por necessidades pessoais, ou outra de qualquer outra ordem?
Há diferença em todos os casos, entre todas as pessoas, a cada momento e em cada situação. Mas todas essas diferenças, juntas, não fazem sequer cócegas no moinho do mundo. O que move o moinho do mundo – e pra trás – é o simples fato de a humanidade ainda não ter aprendido – ocupada com suas verdades absolutas e com seus joguinhos de poder – que em nenhuma dessas diferenças há o sinal de menos.


Algoz