Confraternização

(Na geladeira)

segunda-feira, maio 26, 2008

Heroísmo*

Sou um herói romântico. Sinto, do alto do topo de um castelo medieval inglês - a capa esvoaçante... -, a profunda, verdadeira e exacerbada força de um amor! Sim, um amor! Sim, uma tão meiga e formosa dama, disposta a por mim buscar e esperar! Ah, mas que fortuna a minha, depois de tanto vagar e penar, solitário - montado em meu ginete branco -, pelas longas distâncias de toda sorte de intempéries do tempo e do desamor entre confusos corações, encontrar a graça de alguém que não teme a volúpia de minhas honestas vontades, de minhas singelas palavras. Esse alguém capaz de sensibilizar-se por minha simplória, discreta - e sofrida - pessoa. Esse alguém capaz de reconhecer e corresponder esse sentimento que me deixa suspenso e suspirante de alegria!
Não, não sou um herói romântico. Amo humildimente, como quem teve coragem para tratar de suas próprias e terríveis cicatrizes. Amo sobriamente, como quem teve paciência para enfrentar a resignação de uma paixão educada na fria realidade; a paciência de esperar sem esperança. Amo tranquilamente, pois tenho a felicidade de um sentimento correspondido por sua natureza simples, de um imenso bem-querer. Amo com a honestidade do corpo as carinhosas e serenas idéias que faço por quem sinto esse enorme carinho - simplesmente.


Bruno*