Confraternização

(Na geladeira)

sábado, abril 29, 2006

O Jangadeiro

Na jangada subo e parto
minha dor não é profunda
tenho amor, assim me farto
mais os peixes de água funda

Quando dizem que sou triste
eles nunca que souberam
a certeza que existe
que em casa me esperam

Claro, o mar é só silêncio
como dizem os profetas
que o querem, buscam cedo
mas não tenho essas metas

Eu não quero lá ter morte
diz poeta que isso é doce
mar salgado aqui do norte
de açucar, antes fosse

Parte como, parte vendo
e os peixes vou pescando
e caju eu vou comendo
essa vida vou levando

Penso no futuro certo
tão igual do meu paizinho
com família bem de perto
e os netos no vizinho

Esses versos eu termino
na jangada que eu fiz
quando ainda era menino
chego em casa, sou feliz

rodrigo bobi

6 Comments:

Blogger A czarina das quinquilharias disse...

bonito.

abril 29, 2006 1:35 PM  
Blogger *£ua* disse...

Muito legal... Esse poema também daria uma música!!!
xD

abril 29, 2006 6:23 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Olá!
Estava navegando pela net, qdo achei o seu blog, bem legal os textos que tem aqui!!! :)
Parabéns!

abril 30, 2006 10:33 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Olá Rodrigo, acho que vou "bater cartão" no blog de vocês, adorei... Bom, quero comentar "O Jangadeiro", primeiramente, é maravilhoso: o ritmo dele transmite Paz, ele descreve uma vida simples, tão simples que é desejada... "Atrevo-me" a dizer que pode ser uma resposta ao texto do Bruno "Os Rústicos Não Amam"...

abril 30, 2006 11:07 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Muito bom, meu querido Rodrigo.
este seu poema me lembrou momentos e visões q já tive de minha vida.
a tradição sendo construída pela prática quase enfadonha do cotidiano, mas depois lembrada com muito valor. oq de primeiro parece chato, um dia será o registro sólido de uma história.
às vezes quero muito a mesmice, às vezes quero o agito, mas de fato o dia começa e tem fim e a plenitude da felicidade pode ser sentida em um dia ou não.
acredito na beleza da vida do jangadeiro, assim como acredito na beleza de todas as vidas.

gostei muito das rimas e da maneira intimista do "falar" do jangadeiro.

parabéns
um dos melhores.

abs

maio 01, 2006 10:25 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Bonito... muito bonito... e complexo! Cada estrofe traz consigo algumas reflexões que ainda preciso assimilar; mas há no geral o aparente tom de aprendizegem e simplicidade, e digo aparente porque ele pode ser um pano que cobre outros significados, como a solidão e o vazio, mas não insistieri nesse ponto pois como disse não assimilei completamente a mensagem do texto.
No entanto, o que mais me chama atenção, é o esforço para usar como metáfora uma outra realidade, a do jangadeiro, que sei não ser a do autor. Vejo nesse trabalho, além da busca pela simplicidade e honestidade assim "distante", um valor particular da composição.

Smack!

maio 02, 2006 10:27 AM  

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