A Princesa e o Sapo*
Minha princesa,
tu dizes que deveras me ama;
e eu, acredito.
Mas, às vezes, tua riqueza é tanta
que sinto: mal existo.
Se meu amor de sapo
é suficiente,
por que com príncipe
quer que eu me pareça?
Do castelo, a princesa chama;
no brejo, o sapo, descontente.
Bruno*
22/04/2004
tu dizes que deveras me ama;
e eu, acredito.
Mas, às vezes, tua riqueza é tanta
que sinto: mal existo.
Se meu amor de sapo
é suficiente,
por que com príncipe
quer que eu me pareça?
Do castelo, a princesa chama;
no brejo, o sapo, descontente.
Bruno*
22/04/2004
postado pela Confraternização | 9:27 AM
5 Comments:
Bruno, estava com medo de comentar, pois depois que você falou que queria que prestássemos mais atenção na costrução, eu vi que iria te decepcionar sempre que comentasse, como vou agora.
Uma coisa ficou bem evidente para mim. A linguagem é bem culta, a linguagem do sapo. Olha que contraste. Pena que não tem a princesa dizendo: "Sapo, nóis vai si vê? Quando é que tu vai vir?"
Quanto a idéia do texto, perfeita.
Enfim, fiz o que pude nesse comentário...Tá, um dia eu farei melhor. Prometo que vou começar a melhorar minha percepção...
Abraço forte!
gostei das rimas, da sonoridade e do formato.
quanto ao conteúdo, achei bem simplório, quase infantil, como um conto de fadas.
bacana
abs
Vejo nestes versos (volto a repetir: de acordo com minha visão, talvez não a correta), um amor simples que é tão nobre quanto ao dos nobres. No entanto a amada, está presa a algum tipo de "status" não dando o devido amor ao sentimento...
Talvez, apenas talvez... O escritor tentou demonstrar que seu amor apesar de belo e incondicional, não foi o suficiente para a bela princesa...
Abçs
nunca é o suficiente...e também não seria para o sapo em certo momento. Acredito, as vezes, apenas no amor de Narciso.
Mas gostei de uma coisa linda na construção do poema; primeiramente o diálogo direto do sapo para com a princesa e no final a intervenção de um narrador desconhecido descrevendo a cena, como se fosse um quadro, uma foto de um instante qualquer, sem juízos de valor ou comentários, apenas a cena...
Há uns 9 anos atrás um professor disse: "Sempre que vcs se defrontarem nas questões com as palavras NUNCA, JAMAIS, TUDO, desconfie que a questão estará errada"...
Narciso "sucumbiu" por causa de seu amor... Prefiro acreditar no amor sem máculas de Platão, "a perfeição só existe no sonhar"...
O amor é o suficiente enquanto o desejo, a paixão o carinho e todas as coisas que podem estar relacionadas a ele bastar...
Sim ele nunca é o bastante quando começa a faltar estes ingredientes, porém ele basta enquanto os tem...
Bom esta é a visão de um ignaro homem não letrado...
[]'s
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