Confraternização

(Na geladeira)

segunda-feira, setembro 22, 2008

As Moscas*

A mosca surgiu imediatamente quando me viu
- Era enorme -
Não importava para ela que eu ainda estivesse vivo
- Nem eu mesmo sabia se estava morto -
Mas como doía a vida, sabia que vivia, desejando a paz da morte

Como não se importava, a mosca mergulhou em minha morte
- Amarela e líquida no chão -
Indiferente a minha pouca vida
Sabendo que era só uma questão de tempo

Acima de mim, um radiante teto azul
Indiferente a todo carinho e sofrimento
- Eu era a mosca, e não podia dizer adeus -

A dor não julga; eu já não pensava
Meu único verbo era um grito desesperado
Minhas idéias, um delírio de dor e ódio
- Por estar vivo -
E um clamor desesperado para que cessasse
- A vida ou a dor -

Se um dia o mundo se acabar na convulsão de uma cólica agonizante
Não chore
Não grite
Não desespere
Não clame

- Era enorme, e indiferente -


Bruno*

segunda-feira, setembro 08, 2008

Chegue*

Não vá, não vá
Chega de partir
Chega de chorar
Não há aonde chegar
O seu lugar é aqui

Chegue, não vá
Juntos temos lar
Uma vida simples e devagar

Me beija devagar
Sem ter que partir
Outro lugar pra ir
A gente quer viver em casa
A gente quer viver junto


melodias que se cantam vida...

Bruno*