O caminho do caminho
POEMA A QUEM MORE EM MIM
Não caminho com a cabeça erguida
Nem baixa, ou de soslaio
Caminho, assim, como quem vive
A vida insiste, sigo nela
Tento, quanto me lembro,
Desviar-me dela, quanto posso.
(E tenho – satisfeito – lembrado bastante)
De algumas coisas perdi controle
(Como fosse, perpetuamente, mantê-lo.
E terei, jamais, o tido?)
Deixo um emprego maquinal, chato.
E vou empregar minhas vontades
Na cozinha, na música, na arte.
De algumas pessoas me perdi
(Tenho desejo de encontrá-las.
Mas meu desejo a mim me basta,
Quem quiser me encontrar, sabe como.)
Então caminho em direção a mim mesmo.
Como ontem, a si mesma, foi a moça
que punha sossego em minha cama.
Caminho em direção a mim mesmo
Onde possa acompanhar de mais perto
o tempo a fazer seus trabalhos
[na casa tranqüila que eu serei.
E paciente assitirei,
das cadeiras de praia
[do quintal.
Algoz
1 Comments:
Bom. Se o caminho é apenas, ou, pricipalmente, o caminho, nele podemos notar a presença de uma serenidade que terá o desafio de se sustentar por si...
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