Há quem acredite em energias. Na energia de um lugar, na energia de uma pessoa, na energia de um intento. E por que duvidar delas? Nem das pessoas, nem das energias em que acreditam. Sim, há pessoas que se deixam quedar em desespero e apatia, por motivos quaisquer – que sempre se justificam dentro de si mesmas –, e acabam por atrair energias negativas. Será? E não é essa suposta [e clinicamente chamada] depressão o curso de um rio inquietamente tácito que, ignorando – com ou sem consciência disso – fauna e flora e tentativas externas de alteração de seu curso, se faz – eventualmente e a seu próprio tempo – ao mar, onde se deixa misturar, em harmonia, com as ondas do caos-vida? Assim como uma pensada boa energia pode se transformar em excesso de confiança, e depois em soberba, e depois em afogamento. E porque a energia não é senão uma vontade humana de energia, ela é boa ou ruim e grande ou pequena e bela ou feia de acordo com um estalar de neurônios. O mesmo calor que permite a vida, em excesso a tira. E o excesso de frio só conserva um corpo depois que o mata. E as mesmas partículas de matéria que, descobertas, libertaram muitos sonhos das garras de seus deuses inquisidores, quando foram aceleradas, deu no que deus qualquer faz em seu autoritário momento de ira: energia.
Algoz
1 Comments:
... e outras vezes, não passa de preguiça, ou mesmo de irresponsabilidade sobre a autuação e presença de si mesmo.
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