Confraternização

(Na geladeira)

quinta-feira, abril 12, 2007

O tuim e o gato

POEMA AO ETERNO RETORNO

Eu sou o tuim
[do Rubem Braga.

Mas o gato não tem
[sete vidas:
Tem infinitas.

E infinitamente
[um médico
que pensa curar
[monstros,
A cada morte do gato,
por três dias nos deixa
[eu, tuim
[E o gato,
de molho enquanto
[ele, o doutor louco,
passa bebendo e fumando.

Depois abre o bucho do gato.
[eu nunca estou morto!
E nos devolve à vida, ora
[sorrindo, ora chorando.

E passa o resto
[do tempo a nos assistir
[repetindo o devorar universal
[eterno.


Algoz

1 Comments:

Anonymous Anônimo disse...

Algo que tem o Braga como referência é quase que necessariamente uma coisa singela, aguda e extremamente bela. Ainda que seja para ajudar a compor esse evento no qual tuim, gato e um doutor saturniano encenam a não tão singela "tragédia" da existência humana.

Haha, um Sísifo (do Itapemirim) recontado por um algoz.

Jóia!

abril 16, 2007 12:25 PM  

Postar um comentário

<< Home