Confraternização

(Na geladeira)

sábado, julho 28, 2007

A Paz e o Homem*

A paz é o objeto.
O humano é o meio.
E o carinho é o modo.

Há algum tempo venho pensando na possibilidade desta proposição, uma releitura talvez muito ingênua de Aristóteles, e que muito provavelmente é de simples refutação.
Mas, uma vez que o conceito de incoerência já não representa um contra-argumento tão rigoroso pra mim, continuo me questionando do porquê de uma hipótese tão simples, como essa de um pacisfismo absoluto, ser tão absurda e impraticável.
Pode ser que seja o caso de uma incompatibilidade entre a natureza das coisas - se é que há nelas uma essência. Pois esse pacifismo absoluto, feito de liberdade, tolerância e respeito à individualidade, não faz parte da natureza humana. A ambivalência é uma das condições humanas, amor/ ódio, verdade/ mentira, bem/ mal... E não admití-las é incutir num equivocado conflito, assim como o fazem algumas religiões.
Pois então, se assim for, desejar a paz absoluta é desejar uma coisa que não é humanamente possível, uma coisa "desumana". E mais uma vez se encontra o homem no meio de um caminho. Metade natureza, instinto, vontade e metade consciência, a possibilidade de ser livre e existir em paz .
Pobre homem.



Bruno*

5 Comments:

Anonymous Anônimo disse...

"É doce morrer no mar,
Nas ondas verdes do mar
É doce morrer no mar,
Nas ondas verdes do mar

A noite que ele não veio foi,
Foi de tristeza pra mim
Saveiro voltou sozinho
Triste noite foi pra mim

É doce morrer no mar,
Nas ondas verdes do mar
É doce morrer no mar,
Nas ondas verdes do mar

Saveiro partiu de noite, foi
Madrugada não voltou
O marinheiro bonito
Sereia do mar levou.

É doce morrer no mar,
Nas ondas verdes do mar
É doce morrer no mar,
Nas ondas verdes do mar

Nas ondas verdes do mar, meu bem
Ele se foi afogar
Fez sua cama de noivo
No colo de Iemanjá

É doce morrer no mar,
Nas ondas verdes do mar
É doce morrer no mar,
Nas ondas verdes do mar"

julho 29, 2007 7:43 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Mas, por que almejar o que se chama de paz?

agosto 02, 2007 11:47 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Por que almejar a paz, supondo que ela seja uma prática além desse conceito? Interessante. Embora essa questão pressuponha essa proposta, confesso que acho essa uma pergunta nada fácil de responder.
Bom, trata-se, como sempre, de uma escolha. E porque essa e não outra? Porque eu, após pensar e ver em mim e nas outras coisas do mundo uma relação feia, cheia de maldade, vaidade, egoísmo e um monte dessas coisas que só fodem e não ajudam em nada essa relação que todos temos com tudo - e nesse caso, em específico, com nossos próximos, pessoas a quem supostamente queremos bem -, achei que o pacifismo absoluto, livre dessas coisas feias, seria o único modo de efetivamente existir uma relação saudável e carinhosa entre as pessoas.
Então, (por enquanto), acho que é isso. Existir, para mim, é estar em relação, então nada mais justo do que fazer dela a coisa mais tranquíla possível nessa existência que também é dor.
Pra outras pessoas, obviamente, existem coisas mais importantes, amor, dinheiro, trabalho, sei lá. Pra mim, é (desejar muito, ao menos) me relacionar bem com todos que me cercam.

(Se pans.)

agosto 02, 2007 5:37 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Entendo. No entanto, estar em relação é estar em conflito, ainda que não permanentemente.
Se a harmonia plena reinasse, isso talvez significaria o fim de tudo o que nasce do embate. E este tudo pode ser muito bom.

agosto 08, 2007 2:30 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Concordo. A vida/ação nasce da relação entre os opostos e os mesmos, por isso, também, chamei de desumana essa proposta de paz/harmonia absoluta.
Respeito o conflito, de verdade, negá-lo e não tentar tirar dele algo de produtivo seria ainda mais imbecilidade de minha parte. Mas, esse conflito das e nas relações me parece algo que só existe como possibilidade a ser administrada beneficamente no nosso mundo de fantasias lógicas: relação = conflito. As lágrimas que correm o tempo todo e em todo lugar (ao redor de mim) me forçam a ver algum mal-funcionamento muito grande entre as pessoas, que talvez pudesse ser diferente. Só talvez.

Abraço.
(E valeu por me ajudar a pensar essa coisa toda.)

agosto 11, 2007 1:41 PM  

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