Confraternização

(Na geladeira)

quarta-feira, novembro 22, 2006

Ser alguém*

Ser alguém é existir em demasia.
É existir em dobro, ser mais do que se é, e por isso não estar em equilíbrio.
Antes ser ninguém, e reconhecer nessa pequena contradição a beleza da essência ambivalente que há em todas as coisas.

Bruno*

4 Comments:

Anonymous Anônimo disse...

Nunca fiz poesia ou escrevi um poema sequer. Mas faço questão de deixar bem claro que esse texto não se trata, definitivamente, de um poema. É uma passagem, um pensamento a ser dito.
Muito embora essa passagem não pertença a um genêro específico, há uma leve diferença entre ele e o genêro poema; perceber isso só é indifernte para a leitura daqueles que não tem conciência de que vivem num mundo já classificado em genêros e tantas outras coisas e por isso comprometem a possibilidade de dominar e absorver plenamente o que lhes é dito.

(Ouço um grito de protesto ao fundo: por que este imbecíl tem de ficar falando como eu devo ler as coisas!? Sinto eu como bem querer! Entendo eu como eu bem entender!
Se assim for, permaneço em silêncio, obviamente. Mas no fundo, recordo as palavras de Ricardo Reis: "quem não entende não pode entender, e não há pois que explicar-lhe. É como fazer compreender a alguém espaçando as palavras, um idioma que ele não fala.)

novembro 22, 2006 9:34 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Olá.
Há uma compreensão do ego nessa passagem. Creio o ser alguém em demasia uma nomeação q alguém dá a si mesmo, reconhece em si mesmo, fechando-lhe portas da percepção e compreensão das coisas da vida. Ser ninguém nos dá um poder de observação maior, no sentido de nos livrar de prévias concepções. A dualidade das coisas fica mais evidente quando nos distanciamos de nossas identificações próprias.

oq captei foi isso...
se acertei, gostei!

^^

abs

novembro 22, 2006 10:33 AM  
Anonymous Anônimo disse...

bruno,

agora nao me espantam suas perspectivas sobre alguns causos, que para as pessoas que acreditam na dependencia de alguem (outro) e não acreditam que o melhor seja ser ninguem (só si mesmo, niguem mais) soam totalmente bizarras (eu pensei "estranhas", mas é muito mais que isso, são bizarras mesmo algumas das suas idéias).

nao que eu concorde. mas isso explicou muito da base das suas opinioes... ou to viajando? nao me deixe sem resposta.

novembro 29, 2006 10:18 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Cunhadíssima! Obrigado por comentar.

Sim, sim, a presença do sujeito como centro do seu próprpio universo espiritual não é tão usual, talvez devido fundamentalmente a nossa tradição cristã, mas não chega a ser algo totalmentente inusitado, tenha em visto a filosofia oriental como um todo.
Sem dúvida, trata-se de uma postura - não de uma regra, uma verdade -, bizarra que seja, que procuro assumir diante de todas as coisas, em todas as possibilidades de relação com os diferentes objetos, e isso permeia os meus escritos, decisivamente.

A grande proposta é: Ser. Apenas existir. Livre de sofrimentos.

Forte abraço!

novembro 30, 2006 1:41 PM  

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