Confraternização

(Na geladeira)

sábado, outubro 21, 2006

Seio de uma servente

Vamos fazer de uma vida, o Espetáculo!
Vamos bombardear o másculo
Vamos fartar a mama
Vamos botar tudo em flama
Vamos gritar em público
Vamos estipulá-lo cíclico

Mandar a carta de uma corrente
Mamar a água de uma nascente
Brigar no meio de muita gente
Brincar no seio de uma servente
Casar no colo da proteção
Cagar no solo da decomposição

Vamos fazer de uma vida, o Tabernáculo!
Vamos escolher no estábulo
Vamos levar todas à cama
Vamos serví-las de grama
Vamos seguir o bíblico
Vamos reproduzir o reptílico

Marcar o animal em ferro quente
Marchar em ritmo decrescente
Berrar bem alto de dor de dente
Banhar com água quem nunca mente
Catar o máximo pra ração
Cantar a rima dessa canção

rodrigo lima silva
15/04/2003

2 Comments:

Anonymous Anônimo disse...

Ueba.
Mais uma obra prima.
Visceral ao cubo.
É uma visão caótica e cheia de riquezas e ângulos sobre a vida.
Um turbilhão em vórtice da modernidade, dos dias de hj.

parabéns mais uma vez.

abs

inté

outubro 23, 2006 11:28 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Rodrigo,

Muito bom você ter ressuscitado algumas "velhices"... Talvez eu tenha sido um dos primeiros a ler este poema, inclusive eu o tenho em meu computador, numa pastinha reservada à você! É interessante como cada escrito tem vida própria, ou melhor, damos vida a ele, pois, a cada leitura, surge um novo significado... Para mim, este poema adquiriu um significado nietzscheano, no sentido de fazer uma alusão ao Super-Homem, em subverter a moral, viver intensamente e apaixonadamente. Também me lembra, pelos mesmos motivos Osho e X-Acto / Sannyasin. Além do mais me dá uma linda sensação de nostalgia...

Abraço.

Adriano.

outubro 23, 2006 2:20 PM  

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