prosa
tenho pensado
em meus dias, parado
balançando de um
para outro lado
observo
minha mente vazia
"eu
indiferente às coisas"
me sinto feliz
meus olhos vão fundo
percebem o nada
vazio das palavras
levanto-me
contar à alguém
dizer ao mundo
fazê-los felizes
novas idéias
destinos perfeitos
sento
e escrevo um pouco
rodrigo lima silva
em meus dias, parado
balançando de um
para outro lado
observo
minha mente vazia
"eu
indiferente às coisas"
me sinto feliz
meus olhos vão fundo
percebem o nada
vazio das palavras
levanto-me
contar à alguém
dizer ao mundo
fazê-los felizes
novas idéias
destinos perfeitos
sento
e escrevo um pouco
rodrigo lima silva
3 Comments:
Esse é um texto poético, porém percebe-se logo no título algo de estranho, quase contraditório. Chamar de prosa um texto que deveria mais comumente ser chamado de poesia, ajuda a revelar algo do texto. Que algo é esse?
Passemos por uma análise, básica, do texto.
"tenho pensado
em meus dias, parado
balançando de um
para outro lado"
Já aí, com um olhar atento, se revela mais uma contradição. Diz-se que está "parado" mas que, ao mesmo tempo, se está "balançando..".
Em outro trecho se vê a mesma coisa:
"minha mente vazia
'eu
indiferente às coisas'"
Como se ele, ainda que com a "mente vazia" estivesse pensando "eu...indiferente às coisas"
E, logo depois, ele "nega" o fato de estar indiferente em "me sinto feliz"...
"percebem o nada
vazio das palavras
levanto-me
contar à alguém
dizer ao mundo
fazê-los felizes
novas idéias"
Ele, que se mostrou indiferente, com a mente vazia, parado, percebendo o vazio das palavras, consegue negar tudo isso, com a aparência de estar concordando, nesse trecho final...
Contradição poderia ser tida como uma imperfeição, dependendo do ponto de vista. Quase no final, ele diz "destinos perfeitos"...
Talvez por perceber toda essa contradição, talvez por ver que não adianta nada contar ao mundo...ou por apenas querer poetizar tudo isso que pensou...ele senta, e escreve...
Bem, espero que isso tenha ajudado a compreender a forma como foi escrito o poema. Tenha ajudado a enxergar um pouco da sutileza e, por que não, da beleza dele...
Obrigado à todos que passam por aqui.
Beijos e abraços.
Nota especial: esse texto foi publicado na sexta, dia 21. Porém, por causa de um equívoco no uso de um termo, tive que refazê-lo e republicá-lo. Peço desculpas para quem já havia lido.
Uou! Quanta delicadeza e cuidado com as palavras.
Sempre há momentos onde a contradição se disfarça com nossas emoções. Podemos ser felizes e infelizes com as contradições.
O vazio das palavras pode ser preenchidíssimo.
Esse poema com conteúdo de prosa me parece um retrato fiel da mente humana q salta de um estado emocional a outro num piscar de fatos e de olhos.
registrar isso num poema, como o momento foi vivido é q foi a grande idéia.
parabéns.
abs
Bom, uma vez que comentários mais pormenorizados foram feitos, resta-me comentar uma impressão que tive, não propriamente do texto, mas do estado de espírito por trás dessa última sequência de textos do Bobi.
Nessa "prosa", sinto que há uma retomada, ou ao menos um esboço de, de um equilíbrio emocional que havia sido balançado. Aqui, temos: "mente vazia", indiferença, "sinto-me feliz" etc.; enquanto antes tinhamos cansaço (hipnose), desilusão (desilusão poética) etc.
Esse é, sem dúvida, um movimento natural de todos nós, afinal, ninguém esta bem ou mal o tempo todo, mas, na minha opinião, encontramos este movimento com mais evidência e mais intensidade nos escritos do senhor Bobi, o que pode nos dar uma dica, uma linha de entendimento específica de seus textos.
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