Confraternização

(Na geladeira)

sexta-feira, janeiro 12, 2007

No baile da curva do rio

aqui nesse baile de curva-de-rio
até Frankstein vira galã
aqui nesse baile só tem gente do avesso
mulher barbada aqui arruma um fã

de tão bem recebido
você logo ganha um nome de batismo
nem senhor disso nem daquilo
nem aumentativo
e se for diminutivo
é carinhoso e afetivo

é por isso que o baile vive cheio
ninguém sai dele no meio
faz amizade e namoro
não tem briga nem choro

é por isso que nesse baile de curva-de-rio
chupando limão você vira galã
aqui nesse baile só tem gente do avesso
banguela de tudo arruma um fã

nesse lugar beleza é igual a alegria
as pessoas se dão pela empatia

não tem enfeite que ganhe amizade
quem tem simpatia é modelo de verdade


Fred - 11/01/2007
Coleção Híbridos - Samba

4 Comments:

Anonymous Anônimo disse...

No momento que eu ia partir.
Eu resolvi voltar...
Vou voltar
Pois sei que não chegou a hora
De se ir embora
É melhor ficar

pouca produção, mas melhor voltar para treinar, senão ñ escreverei nunca.

abs
^^

janeiro 12, 2007 11:14 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Eita que é uma farra bonita repleta de mistura de danças e de tipos inusitados que dão uma cara nova ao ambiente, tão nova e misturada quanto nosso estilo de vida master-complexo cheio de todas essas misturas de todas as coisas.
Da hora!

janeiro 12, 2007 11:35 AM  
Anonymous Anônimo disse...

É bonito o olhar do poeta, né?

janeiro 12, 2007 11:45 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Fred,

Fiquei muito feliz com a sua volta ao Blog. Você sabe muito bem o quanto eu gosto dos teus textos, ainda mais porque eu tenho muitas oportuniddaes de conversar sobre eles com você. Gostei muito deste poema, ele é alegre, divertido, gostoso de se ler e de se imaginar ali, no meio deste baile. Para mim, também tem um teor de crítica ao tocar num ponto importante: a ditadura da beleza imposta pela mídia em nossas vidas. O Shelter até tem uma música que fala sobre isso: "A Society Based On Bodies". O poema deixa a entender que nesse baile as pessoas são acolhedoras, simpáticas, agradáveis... Para mim, tal característica do poema só reforça a idéia de que devemos nos preocupar e se interessar mais pelo interior de cada um, pois isso é o que realmente interessa. Neste mundo material tudo é efêmero, mas a beleza talvez seja uma das coisas mais fugazes... A velhice vai se aproximando dia-a-dia e a pele vai se tornando macilenta, a calvície e a barriga vão aumentando... Ao chegar na velhice, se não tivermos cultivado nosso jardim interior, vai apenas nos sobrar uma grande dose de frustração, pois a nossa beleza, a beleza da juventude, esta beleza que a mídia nos impõe goela abaixo, já vai ter escorrido pelo ralo dos anos que se foram...

Grande volta!

Um forte abraço.

Amo você.

Adriano.

janeiro 13, 2007 5:37 PM  

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