Fita Branca
Suspense!
Ela entra de mansinho, olhando as coisas aos poucos. Nós dois, escutando ao fundo uma melodia que diz "Quem eu sou? E você?".
Depois de algumas inspiradas, ela pára em frente ao balcão! Olha atentamente para a parte que tem fitas. Fitas de cetim.Eu me levanto, devagar, tentando ser o mais discreto possível. Com passos lentos, me aproximo dela. O balcão nos separa numa distância quase infinita.
Olhamos um nos olhos do outro, por eternos segundos....quando ela decide falar:
- Você tem fita branca?
Eu, amedrontado com a pergunta, respondo, perguntando:
- Fita de cetim?
Ela, supresa com a minha resposta, responde:
- Qualquer tipo de fita.
Então, eu pego uma caixa em cima de um balcão lateral. Lentamente, abro-a! Minhas mãos procuram uma fita branca. Depois de muito tempo, elas acham.
Eu separo a fita branca de cetim, tiro da caixa de fitas de cetim e mostro a ela, dizendo:
- Serve essa?
Ela abre a boca suavemente e responde:
- Não, tem que ser um tipo dessa. - e me aponta para uma outra fita de cetim.
Eu digo:
- Mas essa também é de cetim.
Num momento, que pareceu durar uma eternidade, ela pergunta e a conversa termina:
- Mas, tem certeza?
- Tenho.
- Então, esquece.
E ela parte, se afastando tristemente, sem levar a fita branca...
rodrigo lima silva
Ela entra de mansinho, olhando as coisas aos poucos. Nós dois, escutando ao fundo uma melodia que diz "Quem eu sou? E você?".
Depois de algumas inspiradas, ela pára em frente ao balcão! Olha atentamente para a parte que tem fitas. Fitas de cetim.Eu me levanto, devagar, tentando ser o mais discreto possível. Com passos lentos, me aproximo dela. O balcão nos separa numa distância quase infinita.
Olhamos um nos olhos do outro, por eternos segundos....quando ela decide falar:
- Você tem fita branca?
Eu, amedrontado com a pergunta, respondo, perguntando:
- Fita de cetim?
Ela, supresa com a minha resposta, responde:
- Qualquer tipo de fita.
Então, eu pego uma caixa em cima de um balcão lateral. Lentamente, abro-a! Minhas mãos procuram uma fita branca. Depois de muito tempo, elas acham.
Eu separo a fita branca de cetim, tiro da caixa de fitas de cetim e mostro a ela, dizendo:
- Serve essa?
Ela abre a boca suavemente e responde:
- Não, tem que ser um tipo dessa. - e me aponta para uma outra fita de cetim.
Eu digo:
- Mas essa também é de cetim.
Num momento, que pareceu durar uma eternidade, ela pergunta e a conversa termina:
- Mas, tem certeza?
- Tenho.
- Então, esquece.
E ela parte, se afastando tristemente, sem levar a fita branca...
rodrigo lima silva
postado pela Confraternização | 1:49 PM
2 Comments:
Olá.
Cara esse conto me fez lembrar de um outro q vc fez. Só q desta vez ñ há insistência. Bonito, gostei nem sei pq.
Singelo, tenho um sentimento de que ela queria algo e ñ quis admitir q oq ela queria poderia ser oq foi oferecido, mas ela ñ quis, ñ quis admitir q poderia ser aquele mesmo.
Sei lá, se tiver mais coisas me fale, pois me parece, tbm, uma descrição de um fato cotidiano, nada mais q isso.
inté
Rodrigo,
Gostei muito deste. Achei de uma singeleza ímpar. Gosto muito destas suas crônicas do cotidiano. E, para mim, ele é belo justamente por isso. Vou pegar carona no comentário do Fred e dizer que talvez tal "causo" faça menção a Verdades que estão em nossa cara e nós simplesmente não queremos aceitar.
Muito bom!
Um abraço.
Adriano.
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