Confraternização

(Na geladeira)

segunda-feira, setembro 25, 2006

Mosca

ZzzzZzzz
estou mosca para te flagrar na intimidade,
sem chamar atenção
despida de pele e carne
nua, como antes...
pequenino para não te assustar

observando pela fresta da porta aberta de tua personagem


Fred - 25/09/2006
Coleção Supramulti

5 Comments:

Anonymous Anônimo disse...

Peço desculpas pelo pouco tempo que tenho para refletir sobre os textos do blog ultimamente, por isso sou obrigado a comentar assim de maneira tão superficial (ainda que o seja só pra mim).
Enfim, gostei bastante desse texto. Ser uma mosca e desfrutar dessa condição é um desejo que acredito que todos nós tenhamos em algum ou muitos mementos de nossas vidas; dar vazão a nossa curiosidade, que nem assusta de tão comprometida com a vontade de simplesmente conhecer, observar a intimidade alheia, e nesse caso, uma intimidade além da intimidade (nudez) corporea, uma intimidade que revele a pessoa por trás da pele e máscara de personagem. E nesse ponto, nos aproximamos da impressão do Adriano, que reparou nessa tendência dos textos do blog por buscarem em algima medida desvendar o mundo ou as pessoas em sua essência verdadeira, por trás das aparências.
Abraço!

setembro 26, 2006 11:40 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Olá Bruno.
Muito obrigado pelo esforço de compreensão e por ter lido.
Saiba q valorizo todos os comentários.
Acho q vc é um cara q procura se interessar pelos textos, mesmo quando não estão na linha de seu pensamento. Eu tbm pratico esse exercício. Acho q nosso blog se mantém por este tipo de interesse.

Os grandes poderes da poesia são o de sintetizar idéias, inspirar e traduzir mais fielmente nossas emoções e sentimentos q textos longos e racionais.
A sintaxe de nossos pensamentos e sentimentos está mais para a poesia do que a prosa, pois é mais livre da racionalidade, de um modo geral. Isso não é regra!

Um dia as pessoas entenderão a grande contribuição q a poesia dá à cultura humana.

abs

setembro 26, 2006 12:23 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Vou levar esse texto para um esfera totalmente pessoal.
Queria ser Mosca de mim mesmo. Examinar minha intimidade, meus anseios, meus medos...Todo o meu inconsciente.
Revelar, a mim mesmo, o que eu realmente sou...
Gostaria de encontrar essa fresta. Essa fresta em minha carne que revelasse minha alma, minha consciência.
Eu acho que, apesar de tudo, eu tenho procurado essa fresta. As vezes essa prepotência que vejo enraizada em mim mesmo me faz pouco confiar nos outros. Sou uma mosca medrosa.
É que esqueço que, como mosca, tenho pouco tempo de vida. Esqueço que meus olhos de mosca seriam tão mais abertos.
Afinal, esqueço um monte de coisas. Parece que as moscas não tem boa memória...
E, como um bom ser com asas, viajo e viajo...

Um texto que me fez refletir...voando por aí, por ali, por aqui...Até encontrar onde pousar!!!

Obrigado!!

setembro 26, 2006 1:37 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Olá Rodrigo.
Seu comentário é poético, se eu publicasse esse poema em algum livro os comentários dele seriam seus. rrrrssssss
Vc coloca a sua viagem dentro da estória, faz autocríticas e coloca a perspectiva de transformar o poema numa proposta de autoconhecimento.
Vc quase cria uma estorinha imaginando-se uma mosca, deduz características e tudo mais, coloca-se no lugar dessa "mosca" do poema.
E, o mais importante para mim, vc entrou na proposta e comentou a partir dela!

gostei muito.
na realidade gostaria q todos fizessem esse esforço que vc e o Bruno fozeram de aceitar a proposta e entrar e comentar a partir dela ou, pelo menos, a partir do que interpretou.
obrigado.

abs

setembro 27, 2006 9:52 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Fico gratificado pelo fato do Bruno haver se lembrado da minha observação do fato de que, na minha maneira de interpretar os textos, muitos deles faziam menção a esta questão das aparências e de nossa real maneira de ser/viver/existir. Continuo acreditando que o presente texto vem na mesma toada, abordando o assunto em questão. Gostei muito do comentário do Rodrigo, que gostaria de ser "mosca de si mesmo". É muito interessante traçar um paralelo disto com filosofias religiosas, que, a meu ver, incentivam justamente esta postura de sermos moscas como a do texto e a "mosca do Rodrigo", buscando observar as frestas de realidade, da sociedade e da individualidade, buscando a melhor compreensão de todos estes aspectos e os papéis representados por eles na Ciranda da Existência. Sejamos moscas, então.

Gostei.

Parabéns, Fred.

Adriano.

setembro 28, 2006 7:05 AM  

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