Confraternização

(Na geladeira)

sexta-feira, julho 28, 2006

lembranças

o que você faria?
se não houvesse lembranças
para apoiar suas ações
se você nunca soubesse
como são as coisas
do que elas são
nem o nome delas
como acha que seria?
se você esquecesse tudo
os valores éticos, morais
as pessoas que conhecia
os seus amados pais
não saberia jogar bola
comeria não sei como
sem conversas para ter
nunca mais tomar banho
sem computadores ou internet
sem declarações de amor
se você nunca lembrasse
como se monta algo
e nunca mais escrevesse
nunca mais se vestisse
como se portar aqui?
o que fazer ali?
tudo isso não existiria
todas as lembranças mortas

seria uma experiência única
você há de concordar

rodrigo lima silva

5 Comments:

Anonymous Anônimo disse...

concordo...

mas tu tens de convir comigo q tal experiência seja impossivel de se realizar... ou se for realizada... vc estará em como provavelmente e não sabera se foi ou não uma experiencia unica....

julho 28, 2006 8:08 PM  
Blogger *£ua* disse...

Nossa... Certamente não seria possível existir. Mas e se o contrário acontecesse? Se nós lembrassemos de tudo, mas tudo mesmo que ocorre? Seria uma loucura maior ainda não??
HUEhuehuehuehuhe

Abraços

Lua

julho 29, 2006 11:44 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Sim, hei de concordar. Única. Talvez fosse uma morte. Talvez fosse bom. Talvez.
Lembra do final de "Brilho eterno de uma mente sem lembranças"? Seria quase essa experiência. E ali, existe uma espécie de força do destino, as coisas continuam a acontecer como deveriam acontecer, com memória ou sem memória.
Não sei quanto você, mas eu não concordo nem discordo disso, fico apenas curioso, como no seu texto.
Mas lembranças doem, mesmo as boas. É uma espécie de apego ao que já não mais existe; e apego...

julho 31, 2006 9:43 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Krishnamurti disse certa vez que existem dois tipos de tempo: o tempo cronológico e o tempo psicológico. O cronológico é mais evidente: Ontem o Sol se pôs, se levantou hoje; ontem choveu, hoje faz sol, etc. O tempo psicológico está totalmente associado ao tema deste texto: lembranças. Krishnamurti diz que sempre que nos deparamos com uma situação em nossas vidas, nunca a vemos como ela "é", e sim apenas com nossos conceitos do que ela "deve" ser. Estes conceitos estão baseados nas lembranças, que são, nada mais, nada menos, que impressões sobre o mundo que nos rodeia que ficaram gravadas em nossa mente, tornando-se assim uma barreira que, de certa forma, nos impede de ver as coisas como são, sem os nossos filtros de lembranças. Ao mesmo tempo, temos uma imensa expectativa sobre como serão as coisas futuramente, o que vai acontecer em nossa vida e etc. Sendo assim, vivemos balançando entre o passado e o futuro e não vivemos o presente. Krishnamurti diz que aí é que está a chave da questão. Ao vivermos plenamente o presente, estaremos libertos de todo o nosso condicionamento.

agosto 01, 2006 11:55 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Olá.
concordo, apesar de achar impossível e surreal.
a memória é o único vínculo q nos resta com as boas e más lembranças.
nos dá suporte para o presente.
saber lidar com os preconceitos q ela desperta em nós é foda, é o condicionamento.

gostei da proposta.

abs

agosto 01, 2006 8:02 PM  

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